Desde
que foi inaugurado tive curiosidade em conhecer o Expresso Aeroporto da CPTM, que
tem início na estação Barra Funda, parando apenas na Luz, CECAP (Guarulhos) e
Aeroporto. Na volta, para na estação do Brás. Ontem, embarquei na estação da Luz
para conhecer o trem e o trajeto. O serviço tem integração tarifária com o
sistema metro-ferroviário.
Houve
uma época (anos 1940/60) em que as pessoas costumavam ir ao aeroporto de
Congonhas para ver aviões decolando e pousando... O lugar virou um ponto de
atração da cidade com restaurantes e bares disputados com vista para a pista, sem
contar os famosos bailes carnavalescos. Hoje os aviões são visíveis apenas das
salas de embarque, junto aos fingers.
Não
estava interessada em aviões. Aliás, aeroportos são tão enfadonhos quanto shopping
centers. E caríssimos. Não era a única sem mala na plataforma de embarque da
estação da Luz: funcionários das empresas aéreas e prestadoras de serviços se
misturavam aos viajantes. Tentei lembrar dos trens para o aeroporto Charles de
Gaulle, em Paris, que parte da Gare du Nord, ou, de Roma para o
Aeroporto Leonardo da Vinci, que sai da estação Termini. É claro que o trem
paulista é novíssimo em comparação com os dois citados, mas constato que é
muito melhor e confortável. Está cheio e todos os passageiros estão sentados.
Aproveito
a paisagem lá fora. Tento reconhecer os lugares – bem poucos conheço na Zona
Leste – Penha e Tatuapé são meu limite. Nas imediações da Luz, resquícios da
era de ouro da indústria paulista – algumas chaminés e armazéns de tijolinhos
vermelhos abandonados. Localizo o campus da USP-Leste, que ainda não conheço,
mas vejo que o acesso é bem fácil. Uma novidade é parada CECAP, já em
Guarulhos. Precisei pesquisar, pois fui apenas umas três vezes a Guarulhos a
serviço. Trata-se do Parque CECAP – sigla do projeto Caixa Estadual de Casas para o Povo, implantado em 1968, sob
a supervisão dos arquitetos Villanova Artigas, Paulo Mendes da Rocha e Fábio Penteado.
Além do conjunto habitacional com características modernistas, no bairro encontram-se
o Terminal Turístico de Guarulhos, o SESC e Hospital Geral de Guarulhos. Seria
bom lembrar que Guarulhos é o segundo município mais populoso do Estado de São
Paulo – 1 291 784
habitantes.
Enfim,
chegamos as Aeroporto Internacional de São Paulo “André Franco Montoro”. Há um ônibus
gratuito que leva os passageiros até os terminais 1, 2 e 3. Aí termina o
conforto: sardinhas ficam mais confortáveis em suas latas. Desci no Terminal 2,
fui até a área de check-in e a única coisa que me chama atenção é o Super-Homem
no corredor. Ele não voa mais? A capa não funciona? Nada é como antes...
O
movimento de passageiros é pequeno, mas como sempre as aparências enganam: por
ano passam por lá cinquenta milhões de passageiros! Diariamente há 830 pousos e
decolagens! (Será que as do Super-Homem contam?)
A paisagem do entorno é sem graça, um riacho barrento
(Baquirivu) corre sem pressa. Corre? De longe parece morto. Desço para tomar um
cafezinho (R$ 12,10) e embarcar no próximo ônibus para a estação ferroviária.
A linha EXPRESSO AEROPORTO funciona das 5 horas à
meia-noite diariamente. A passagem custa R$ 4,40 por trecho e o tempo previsto
para o trajeto completo é de 35 minutos.
TRAJETO
SENTIDO AEROPORTO: Estação Palmeiras-Barra Funda > Estação Luz
> Estação CECAP Guarulhos-> Estação Aeroporto-Guarulhos.
VOLTA: Estação Aeroporto-Guarulhos > Estação CECAP Guarulhos > Brás >
Estação Luz > Estação Palmeiras-Barra Funda.
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