quarta-feira, 6 de março de 2024

EXPRESSO AEROPORTO

 

Desde que foi inaugurado tive curiosidade em conhecer o Expresso Aeroporto da CPTM, que tem início na estação Barra Funda, parando apenas na Luz, CECAP (Guarulhos) e Aeroporto. Na volta, para na estação do Brás. Ontem, embarquei na estação da Luz para conhecer o trem e o trajeto. O serviço tem integração tarifária com o sistema metro-ferroviário.

Houve uma época (anos 1940/60) em que as pessoas costumavam ir ao aeroporto de Congonhas para ver aviões decolando e pousando... O lugar virou um ponto de atração da cidade com restaurantes e bares disputados com vista para a pista, sem contar os famosos bailes carnavalescos. Hoje os aviões são visíveis apenas das salas de embarque, junto aos fingers.

Não estava interessada em aviões. Aliás, aeroportos são tão enfadonhos quanto shopping centers. E caríssimos. Não era a única sem mala na plataforma de embarque da estação da Luz: funcionários das empresas aéreas e prestadoras de serviços se misturavam aos viajantes. Tentei lembrar dos trens para o aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, que parte da Gare du Nord, ou, de Roma para o Aeroporto Leonardo da Vinci, que sai da estação Termini. É claro que o trem paulista é novíssimo em comparação com os dois citados, mas constato que é muito melhor e confortável. Está cheio e todos os passageiros estão sentados.

Aproveito a paisagem lá fora. Tento reconhecer os lugares – bem poucos conheço na Zona Leste – Penha e Tatuapé são meu limite. Nas imediações da Luz, resquícios da era de ouro da indústria paulista – algumas chaminés e armazéns de tijolinhos vermelhos abandonados. Localizo o campus da USP-Leste, que ainda não conheço, mas vejo que o acesso é bem fácil. Uma novidade é parada CECAP, já em Guarulhos. Precisei pesquisar, pois fui apenas umas três vezes a Guarulhos a serviço. Trata-se do Parque CECAP – sigla do projeto Caixa Estadual de Casas para o Povo, implantado em 1968, sob a supervisão dos arquitetos Villanova Artigas, Paulo Mendes da Rocha e Fábio Penteado. Além do conjunto habitacional com características modernistas, no bairro encontram-se o Terminal Turístico de Guarulhos, o SESC e Hospital Geral de Guarulhos. Seria bom lembrar que Guarulhos é o segundo município mais populoso do Estado de São Paulo – 1 291 784 habitantes.

Enfim, chegamos as Aeroporto Internacional de São Paulo “André Franco Montoro”. Há um ônibus gratuito que leva os passageiros até os terminais 1, 2 e 3. Aí termina o conforto: sardinhas ficam mais confortáveis em suas latas. Desci no Terminal 2, fui até a área de check-in e a única coisa que me chama atenção é o Super-Homem no corredor. Ele não voa mais? A capa não funciona? Nada é como antes...

O movimento de passageiros é pequeno, mas como sempre as aparências enganam: por ano passam por lá cinquenta milhões de passageiros! Diariamente há 830 pousos e decolagens! (Será que as do Super-Homem contam?)

A paisagem do entorno é sem graça, um riacho barrento (Baquirivu) corre sem pressa. Corre? De longe parece morto. Desço para tomar um cafezinho (R$ 12,10) e embarcar no próximo ônibus para a estação ferroviária.




A linha EXPRESSO AEROPORTO funciona das 5 horas à meia-noite diariamente. A passagem custa R$ 4,40 por trecho e o tempo previsto para o trajeto completo é de 35 minutos.

TRAJETO

SENTIDO AEROPORTO: Estação Palmeiras-Barra Funda > Estação Luz > Estação CECAP Guarulhos-> Estação Aeroporto-Guarulhos.

VOLTA: Estação Aeroporto-Guarulhos > Estação CECAP Guarulhos > Brás > Estação Luz > Estação Palmeiras-Barra Funda.

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