Para terminar outubro, a poesia de Arnaldo Antunes (1960): “o meu tempo não é o seu tempo”.
"O meu tempo não é o seu
tempo.
O meu tempo é só meu.
O seu tempo é seu e de qualquer pessoa,
até eu.
O seu tempo é o tempo que voa.
O meu tempo só vai onde eu vou.
O seu tempo está fora, regendo.
O meu dentro, sem lua e sem sol.
O seu tempo comanda os eventos.
O seu tempo é o tempo, o meu sou.
O seu tempo é só um para todos,
O meu tempo é mais um entre muitos.
O seu tempo se mede em minutos,
O meu muda e se perde entre outros.
O meu tempo faz parte de mim,
não do que eu sigo.
O meu tempo acabará comigo
no meu fim."
Biblioteca Mário de Andrade - a bailarina* e o poeta.
A bailarina fazia parte de uma exposição na BMA há alguns anos.
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