segunda-feira, 14 de outubro de 2024

PROFESSORES

 

Tudo começou com dona Branca Luís da Costa, minha primeira professora (Escola Portuguesa) e ao longo da vida foram muitos professores que me ajudaram a caminhar pela vida, tentando decifrar o mundo. É verdade que esqueci o nome de muitos, o que não significa que tenham tido pouca importância. De alguns lembro comentários marcantes, que até hoje me fazem refletir sobre o assunto. Quando era bem pequena, provavelmente na época em que entrei na escola, ganhei um quadro negro, uma caixa de giz e brincava de professora. As alunas eram muito comportadas – as bonecas.

As brincadeiras mudam com a idade e com as novidades, a maior delas a descoberta dos livros e do fato de que não tinha (nem tenho) vocação para o magistério; porém, em 1964 por seis meses lecionei no Ateneu Progresso Brasileiro, que funcionava num casarão situado na avenida Ana Costa, em Santos, derrubado para a abertura da rua Claudio Doneux. Ali eu tive certeza de que não queria ser professora. Dei aula para os alunos (classe masculina) do segundo ano primário. Eram uns 20 garotos indisciplinados – acho que havia uns três bem comportados. Lembro bem do melhor da turma: Guilherme Navarro. Ele era educado, disciplinado, sempre bem arrumado e cumpridor dos deveres. Muitos anos depois descobri que ele se formara em Medicina. Lembro também do Pedro, que era filho de Jesus. Ele deu trabalho, mas também era bem educado. Guardo dele, com carinho especial, um cartão que acompanhou o presente que me deu no dia dos professores. Como lembro o nome do pai? Era o cartão de visitas de Jesus e Pedro escreveu a mensagem no verso. Está guardado no meu baú.


Hoje, contudo, homenageio a Gislene, professora de educação física, que trabalha com público da terceira idade com muito entusiasmo e nos estimula a superar as dificuldades físicas. Ontem, ela ganhou uma merecida festinha e os mimos de suas turmas de segunda-feira.

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