Surpresa: o mais moderno planetário da América
Latina encontra-se no Parque do Carmo, Zona Leste de São Paulo! Que tal uma viagem ao céu para ver mais
de nove mil estrelas, os planetas do sistema solar, a via Láctea no Planetário
Prof. Acácio Riberi? Pode-se até observar o Sol através do celóstato, um
instrumento importante para observação de eclipses. Fique sabendo que as duas
principais atrações do parque são contemplativas – além do planetário há o
Bosque das Cerejeiras que ao florir que atraem milhares de pessoas para
apreciarem o espetáculo.
Nada como ter tempo,
disposição e muita curiosidade. Sempre achei que o Parque do Carmo, o segundo
maior de São Paulo, era muito longe, porém, pensando bem, atualmente, poucos
lugares são muito distantes. A Lua é logo ali, já está se tornando ponto
turístico! Assim, lá fui eu até Itaquera pegar o ônibus para Itaquera que
me deixaria na entrada do parque. No caminho posso refletir sobre o engenheiro
e empresário Oscar Americano de
Caldas Filho (1908-1974) que deixou para a São Paulo essa área que foi parte da
fazenda de café adquirida por ele na década de 1940 e, aos poucos, transformada
por ele num paraíso para a família.
Naturalmente, a região era habitada por índios até a chegada dos
colonizadores. No século XVIII, ali se instalaram os religiosos da Ordem dos
Carmelitas, mas a catequização dos nativos não deu certo porque os naturais da
terra preferiram mudar para outras plagas. Os carmelitas criaram a Fazenda do
Caaguaçu e dedicaram-se à agricultura e criação de gado, o que alterou o
ecossistema da região. No início do século XX, a propriedade foi vendida para o
Coronel Bento Pires, dono da Companhia Pastoril e Agrícola. O coronel investiu
também na cafeicultura, mas logo loteou parte das terras, o que resultou na
Vila Carmosina e Cidade Líder. Ele também mudou o nome da propriedade para
“Fazenda do Carmo”. Na década de 1940, parte da fazenda foi vendida para a Companhia Brasileira de Projetos e Obras –
CBPO, de Oscar Americano. Pode-se imaginar o tamanho da fazenda quando se sabe
que Oscar Americano também loteou parte da área adquirida, e os terrenos originaram
o bairro Jardim Nossa Senhora do Carmo ou Morumbizinho.
Oscar
Americano ampliou a sede da fazenda, construiu uma casa para uso dos
funcionários, outra para os filhos (cinco) e babás; uma casa de hóspedes e um prédio
para lazer. As melhorias incluíram o represamento de um córrego para fazer um
lago artificial, usado para esportes náuticos. Após o falecimento do empresário
em 1974, os herdeiros venderam a fazenda – a maior parte para a Companhia
Habitacional (COHAB) e o restante para a prefeitura de São Paulo.
O
Parque do Carmo, inaugurado em 1976, tem 1,5 milhão de metros quadrados – é o
segundo maior parque da cidade. Ao longo de 48 anos de existência, recebeu uma
infraestrutura com características próprias. Oscar Americano recuperou a flora
danificada pelo uso agrícola, atraindo uma fauna diversificada. Enquanto a
flora, bem preservada, é formada por remanescentes de Mata Atlântica,
eucaliptais, brejos e pomar, ideais para uma variada fauna que inclui desde o
gavião-pega-macaco até preguiça-de-três-dedos, tatus e caxinguelês.
A sede da fazenda tornou-se o Museu
Parque do Carmo; a casa das crianças é ocupada pela Guarda Civil Municipal; na
casa de hóspedes, funciona a Administração do Parque. A figueira
Depois de observar o céu, vamos ao Bosque de Cerejeiras que tem cerca de quatro mil árvores e, quando elas florescem, o visitante respira um perfume suave enquanto se sente envolvido pela delicadeza das flores de um rosa suave. O borque torna-se o lugar ideal para a prática do hanami, ritual japonês bem simples: basta sentar-se sob uma cerejeira e contemplá-las sem pressa. A festa das cerejeiras realiza-se há 44 anos. Fotos, 2023.
Av. Afonso de Sampaio e
Sousa, 951 – Itaquera. Funcionamento: 5h30 às 20h
Fone: (11) 2748-0010 /
2746-5001. A estação de
Metrô mais próxima é a Corinthians-Itaquera, na Linha 3 – Vermelha, distante
quase 4km do Parque.
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