sábado, 5 de outubro de 2024

SANTA ROSA E VITERBO

 

O pequeno município de Santa Rosa de Viterbo (SP) tem apenas 114 anos, uma população de aproximadamente vinte e seis mil habitantes e um alto índice de desenvolvimento humano. A história da cidade está ligada à implantação da Estrada de Ferro Mogiana em São Simão em 1883, que atraiu moradores da região para o entorno e logo construíram uma capela dedicada à Santa Rosa de Viterbo. Logo depois o lugar despertou o interesse de Henrique Santos-Dumont, irmão de Alberto Santos-Dumont. Ele comprou terras para formar a Fazenda Amália (nome da esposa dele), onde instalou um importante complexo agroindustrial; mais tarde a fazenda foi comprada por Francisco Matarazzo Jr., que deu continuidade ao empreendimento.

            A influencia italiana em São Paulo é enorme, sem dúvida. Quando fui a Viterbo, na Itália, no início de setembro, nem me lembrei da cidade paulista e desconhecia totalmente a história da Santa Rosa (1234-1252). Rosa viveu em uma época de grandes confrontos religiosos e por se manter fiel ao cristianismo sofreu perseguições, sendo até foi exilada. O papa Inocêncio IV iniciou o processo de canonização de Rosa, logo após a morte dela, mas só em 1929 ela foi canonizada.

Ao contrário da nossa cidade, Viterbo é mais velha do que o tempo e suas origens estão ligadas aos etruscos, povo que ocupou o Lácio muitos séculos antes da nossa era; tem cerca de 62 mil habitantes e muito história, especialmente cristã, pois foi lá que Rosa nasceu e era lá que os papas costumavam veranear. O que me atraiu foi conhecer o lado medieval da cidade, que é graciosa e fica próxima de Roma. O muro que protegia a cidade e resiste bravamente ao tempo e à ação humana impressiona pela grandiosidade, pela sensação de segurança que deve ter transmitido aos moradores da cidade.

            A estação de trem é quase em frente à Porta Romana (ou Porta Prima) por onde se tem acesso, num salto histórico, ao bairro medieval.  Claro que a rua de entrada é a Via Giuseppe Garibaldi e já se encontra uma igrejinha na Piazza S. Sisto. As ruas são estreitas, algumas nem calçada têm. A via Garibaldi conduz à Piazza Fontana Grande – não tão grande assim; à frente à via Cavour (encontro a dupla em todas as cidades italianas por onde passei) e sigo pela via Aurélia cujas escadas me afastam. A Cavour me leva à Piazza del Plebiscito (as arcadas me lembram vagamente de Bolonha), onde se destaca a Chiesa di Sant'Angelo in Spatha, que teve origem no século XI. Na fachada, destaca-se o sarcófago da Bella Galiana, jovem viterbense cuja beleza física se igualava à sua virtude moral. A peça em alto relevo é uma cópia de uma obra que se encontra no museu da cidade e reproduz uma cena clássica de caça ao javali. Segundo a inscrição no alto relevo, a morte de Bella ocorreu em 1138.

A minha exploração continua. Eles têm a rua do Plebiscito, do Sufrágio e também têm a Porta da Verdade (Porta dela Verita). Ah! E não é que existe a Piazza della Morte?

Meu passeio, depois de um almoço na Tratoria 4 Staggione escondida numa viela, continuou por uma área mais contemporânea, onde o ponto alto foi a Piazza que homenageia compositores italianos e têm como centro o Teatro de Viterbo.

Porta da Verdade.


Nem sei o que dizer!



Penduram-se as roupas, onde der...





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