O
pequeno município de Santa Rosa de Viterbo (SP) tem apenas 114 anos, uma
população de aproximadamente vinte e seis mil habitantes e um alto índice de
desenvolvimento humano. A história da cidade está ligada à implantação da
Estrada de Ferro Mogiana em São Simão em 1883, que atraiu moradores da região para
o entorno e logo construíram uma capela dedicada à Santa Rosa de Viterbo. Logo
depois o lugar despertou o interesse de Henrique Santos-Dumont, irmão de
Alberto Santos-Dumont. Ele comprou terras para formar a Fazenda Amália (nome da
esposa dele), onde instalou um importante complexo agroindustrial; mais tarde a
fazenda foi comprada por Francisco Matarazzo Jr., que deu continuidade ao
empreendimento.
A influencia italiana em São Paulo é
enorme, sem dúvida. Quando fui a Viterbo, na Itália, no início de setembro, nem
me lembrei da cidade paulista e desconhecia totalmente a história da Santa Rosa
(1234-1252). Rosa viveu em uma época de grandes confrontos religiosos e por se
manter fiel ao cristianismo sofreu perseguições, sendo até foi exilada. O papa
Inocêncio IV iniciou o processo de canonização de Rosa, logo após a morte dela,
mas só em 1929 ela foi canonizada.
Ao
contrário da nossa cidade, Viterbo é mais velha do que o tempo e suas origens
estão ligadas aos etruscos, povo que ocupou o Lácio muitos séculos antes da
nossa era; tem cerca de 62 mil habitantes e muito história, especialmente
cristã, pois foi lá que Rosa nasceu e era lá que os papas costumavam veranear.
O que me atraiu foi conhecer o lado medieval da cidade, que é graciosa e fica
próxima de Roma. O muro que protegia a cidade e resiste bravamente ao tempo e à
ação humana impressiona pela grandiosidade, pela sensação de segurança que deve
ter transmitido aos moradores da cidade.
A estação
de trem é quase em frente à Porta Romana (ou Porta Prima) por onde se tem
acesso, num salto histórico, ao bairro medieval. Claro que a rua de entrada é a Via Giuseppe
Garibaldi e já se encontra uma igrejinha na Piazza S. Sisto. As ruas são
estreitas, algumas nem calçada têm. A via Garibaldi conduz à Piazza Fontana
Grande – não tão grande assim; à frente à via Cavour (encontro a dupla em todas
as cidades italianas por onde passei) e sigo pela via Aurélia cujas escadas me
afastam. A Cavour me leva à Piazza del Plebiscito (as arcadas me lembram
vagamente de Bolonha), onde se destaca a Chiesa di Sant'Angelo in Spatha, que
teve origem no século XI. Na fachada, destaca-se o sarcófago da Bella Galiana,
jovem viterbense cuja beleza física se igualava à sua virtude moral. A peça em
alto relevo é uma cópia de uma obra que se encontra no museu da cidade e
reproduz uma cena clássica de caça ao javali. Segundo a inscrição no alto
relevo, a morte de Bella ocorreu em 1138.
A
minha exploração continua. Eles têm a rua do Plebiscito, do Sufrágio e também
têm a Porta da Verdade (Porta dela Verita). Ah! E não é que existe a Piazza della
Morte?
Meu
passeio, depois de um almoço na Tratoria 4 Staggione escondida numa
viela, continuou por uma área mais contemporânea, onde o ponto alto foi a Piazza
que homenageia compositores italianos e têm como centro o Teatro de Viterbo.
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