Cresci lendo a
revista O CRUZEIRO (1928-1975), dos Diários Associados, que reuniu grandes
jornalistas e repórteres fotográficos brasileiros, além de cronistas e
intelectuais excelentes. Um dos nomes importantes na publicação foi Dulce
Damasceno de Brito (1926-2008), a primeira brasileira a ser correspondente em
Hollywood. Fui leitora da coluna dela na revista, mas naturalmente não me
lembro de nada. Afinal, quase nada era relevante como pude avaliar lendo o
livro “Hollywood nua e crua. Parte II”. Editora Best Seller, 1992.
Tempos diferentes. Não bastava o
jornalista aparecer ou marcar hora com o artista que desejava entrevistar. Era
preciso ser credenciada pelos estúdios e nada era feito sem se passar pelos agentes
dos atores. Dulce era bem comportada e os estúdios gostavam dela, assim como as
estrelas que encontrou ao longo da trajetória profissional.
Fez alguns amigos – como Kim Novak e Carmen Miranda; foi a jantares íntimos
na casa de Jane Mansfield, Doris Day e Rock Hudson... Sem contar que
entrevistou mais de uma vez Marilyn Monroe, Elizabeth Taylor, Montgomery Clift,
Marlon Brando, Charlton Heston entre muitos e muitos outros. No livro, Dulce
não esconde que era fã das estrelas, dos mitos, de Hollywood. “Admito minha
futilidade em preferir conversar com os ídolos da tela, que realmente me
emocionavam, ignorando os que ficavam por detrás das câmeras, verdadeiros responsáveis
pelo cinema como técnica.”
Para mim muita coisa que ela conta (ou reconta porque o livro foi uma
atualização do primeiro) foi uma surpresa, mas em se tratando desse mundo de
fantasia, ora sombrio ora brilhante, vivi muito bem sem descobrir a verdade,
seja ela qual for.
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