Magricela
(1932)
É preciso cumprir. Moda maldita!
Vejo-te magra que me causa pena,
Porque apesar de magra inda és bonita.
Eras há pouco tempo a favorita
Da sociedade e estavas sempre em cena.
Hoje se alguém te encontra, te condena
E fala mal de ti, se não te evita.
Adeus, fama. Adeus, glória. Adeus, carícia.
És a mulher que a gente aponta: - É ela,
Um símbolo da crise alimentícia.
Mas se assim continuas, dia a dia,
Ficarás transformada, ó magricela,
Numa empadinha de confeitaria.
Do poeta pernambucano Olegário Mariano (1889-1958), in "Vida, Caixa de Brinquedos".
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