segunda-feira, 30 de julho de 2018

A FAZENDA QUE VIROU CIDADE
E produz conhecimento.


O município de São Paulo com seus 1 521,11 km² abriga uma cidade de 4.800 km², com prefeito (nada de vereadores), um pequeno número de moradores e uma grande população de passagem. Por suas ruas, avenidas e praças arborizadas circulam diariamente milhares de pessoas. Ônibus lotados e carros nem tanto entram por um dos três portões dessa cidade. Teatro, cinema, orquestra, coral, clube, bibliotecas, livrarias, editora e jornais, museus, hospital, farmácia, correios, bancos. Enfim, quase tudo. Ciclistas se divertem pela manhã, disputando espaço com corredores. Não apenas passarinhos cruzam os céus, helicópteros também adejam sobre a cobertura verde observando o trânsito ao redor. Um lugar para se esquecer do tempo – embora isso seja quase impossível, pois existem duas praças que impedem que se perca a hora: a Praça do Relógio e a Praça do Relógio Solar. Enfim, só visitando a Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira (Campus Butantã da Universidade de São Paulo) para conhecer um dos oito campi da Universidade de São Paulo. O investimento do Estado na USP (Decreto 29.598 de 02/02/1989 e a LDO – Lei nº 16.511, de 27/07/2017*) é de 5,0295% da arrecadação de ICMS Líquido do Estado de São Paulo.
A Universidade de São Paulo foi criada em 25 de janeiro de 1934 pelo governador Armando de Salles Oliveira (1887-1945), que no ano seguinte nomeou uma comissão, presidida pelo Prof. Reynaldo Porchat (1868-1953), para estudar e definir a localização da Cidade Universitária para onde seriam transferidas as diversas faculdades da USP então espalhadas pela cidade. Ela é formada pela área destacada da Fazenda Butantã e uma gleba desapropriada entre a nova e a velha Estrada de Itu, equivalente a 200 alqueires paulistas.  Embora a decisão tenha sido tomada na década de 1940, a Prefeitura do campus foi criada em 197- para planejar e implantar a infraestrutura da cidade universitária. O desafio coube ao professor arquiteto Luciano Bernini, primeiro prefeito do campus da Capital.
Agora o passeio pode começar pela Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira. A maioria das ruas e praças homenageia professores da Universidade. Há algumas unidades que ocupam o campus, mas não pertencem à USP – Academia de Polícia, Casa de Cultura Japonesa, Centro Tecnológico da Marinha. Logo na entrada encontra-se a Praça Prof. Reinaldo Porchat, com uma escultura em sua homenagem. Mais adiante fica o Relógio Solar, criação do professor da FAU/USP, Caetano Fraccaroli (1911-1987). É de Fraccaroli também o Monumento à Liberdade, que adorna a entrada do Hospital Universitário. Escultura de quatro metros de altura em resina e fibra de vidro.
Como não poderia deixar de ser a Torre Universitária ou Torre do Relógio destaca-se nesse ambiente quase bucólico: obra do arquiteto Rino Levi (1901-1965) ela tem painéis criados pela escultora vicentina Olga Elizabeth Magda Henriette Nobiling (1902-1975). No entorno do espelho de água pode-se ler que “No Universo da Cultura o centro está em toda a parte”, frase do professor Miguel Reale, ex-reitor da USP.
Vale a pena conhecer o monumento em homenagem ao arquiteto Ramos de Azevedo, que foi inaugurado em 1934 na Avenida Tiradentes, próximo à Estação da Luz, mas em 1973 foi removido de lá para a Cidade Universitária por causa das obras do metrô. Popularmente conhecido como a “estátua do cavalo”.  (Fotos: Hilda Araújo, 2013)





Relógio Solar.
Torre Universitária e a Reitoria ao fundo.
Fontes: Relatório da CODAGE/USP, abril de 2018. Site consultado em 30/07/2018.
*Nem todas as unidades da USP em São Paulo ficam na Cidade Universitária (Direito, no Largo de São Francisco e Medicina, Cerqueira Cesar).
*Campi da USP: Piracicaba, Pirassununga, Lorena, Ribeirão Preto, São Carlos, Bauru e São Sebastião. 
        





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