segunda-feira, 13 de agosto de 2018

ELE PREFERIA AS LOIRAS

Desde que Janet Leigh (1927-2004) foi tomar banho de chuveiro e um maluco a esfaqueou, o mundo não foi mais o mesmo. Nos velhos tempos das cabines telefônicas, sempre se podia olhar em volta para ver se havia por perto pássaros em rebelião. Se quebrar a perna, sente-se à janela, providencie binóculos e uma namorada rica e elegante antes de começar a bisbilhotar a vida alheia e arranjar sérios problemas. E... Cuidado ao sentar sobre um baú, pois nunca se sabe o que ele pode esconder. E se você se pergunta o “que será, será” tudo isso? É Alfred Hitchcock (1889-1980), o rei do suspense, que nasceu no dia 13 de agosto em Londres.
Assisti a muitos dos filmes dele e gosto muito. Um homem estranho que sabia muito bem como perpetrar um crime e deixar o público arrepiado e ao mesmo tempo louco para saber como resolvê-lo. Baixinho (1m65) e, usualmente, 50 quilos acima do peso. Só usava ternos pretos e todos iguais.
Foi um diretor que não se contentava em ser reconhecido por sua obra atrás das câmeras. Quase sempre dava um jeito de aparecer nos filmes entre os figurantes – mistério a mais para o espectador ficar atento para localizá-lo. Às vezes era bem fácil, como em “Intriga Internacional”.
Ruy Castro conta que para caracterizar a falecida mãe de Baker (“Psicose), Hitchcock consultou legistas para saber como se pareceria “uma mulher de meia-idade morta, embalsamada, enterrada por dois meses, desenterrada e conservada em um porão” por uma década. Só depois de bem informado, mandou moldar a face do cadáver.
"Ladrão de Casaca": Grace Kelly e Cary Grant.
Bonecos horripilantes à parte, parece que Hitchcock preferia as mulheres loiras (falsas ou verdadeiras), algumas bem sem graça como Tippi Hedren (1930) e outras deslumbrantes como Grace Kelly (1929-1982) e Kim Novak (1933). Grace Kelly estrelou três dos meus filmes favoritos: “Disque M para Matar”, “Janela Indiscreta” e “Ladrão de Casaca”. Em 1956 foi a vez de Doris Day (1922) em “O Homem que sabia demais” e, naturalmente, ela canta. A música "Whatever Will Be" (“Que sera sera”) ganhou o Oscar de Melhor Canção de 1956. Em “Um corpo que cai”, Kim Novak foi a loira da vez. Tippi Hedren estrelou o clássico “Os Pássaros” e “Marnie, confissões de uma ladra”.

Deixando as loiras de lado, há outros filmes que valem a pena assistir: “O Terceiro Tiro” (1951), “Pacto Sinistro” (1951), refilmado várias vezes, e “Festim Diabólico” (1948). Não esqueci “Rebecca” (1940), que teve onze indicações para Oscar e conquistou dois, inclusive de melhor filme. Eu particularmente não gosto. Enfim, Hitchcock é sempre um ótimo programa.


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