Embora não faça parte da USP,
a Academia de Polícia Civil “Coriolano Nogueira
Cobra” está localizada no campus Butantã, onde mantém o Museu
do Crime. Esse museu é bem peculiar: registra o lado mais escuro
da sociedade e o combate aos atos ilegais e condenáveis, assim como o trabalho
de resgate e salvamento realizado pelas equipes especializadas da Polícia Civil
do Estado de São Paulo. Além do acervo de criminologia e criminalística, é
possível observar a evolução dos equipamentos de comunicação e de transporte ao
longo do tempo. A mostra, entretanto, não é aconselhável para menores de 16
anos, já que são apresentados vários crimes hediondos, como o do Maníaco do
Parque e “Chico Picadinho”.
O CRIME DA MALA – O corpo mutilado de uma jovem de 21 anos, loira
e de olhos azuis foi encontrado pela polícia dentro de uma mala despachada no
Porto de Santos (SP) e embarcada no navio Massiolia para Bordeaux, na França. O
comandante do navio, alertado por causa do mau cheiro que exalava da bagagem,
acionou a polícia e as investigações levaram ao assassino na Capital. Ele era
José Pistone, italiano, 31 anos, marido da vítima, Maria Mercedes Fea.
Uma história banal que virou
tragédia. O casal de imigrantes italianos enfrentava dificuldades financeiras.
Durante uma discussão Pistone asfixiou Maria Mercedes com o travesseiro e, para
se livrar do corpo, comprou uma mala de couro e mutilou o corpo da mulher para
que coubesse dentro. Em seguida viajou de trem para Santos e na estação, alugou
um caminhão para transportar o volume para o porto de onde despachou a mala
para um fictício Sr. Ferrero Francesco, em Bordeaux. Em seguida, Pistone
contratou por 150 mil réis um táxi para voltar a São Paulo. A tragédia de Maria
Mercedes Fea foi explorada pela imprensa. O corpo foi sepultado em Santos, no Cemitério
da Filosofia (Saboó) e a população da cidade se encarregou de atribuir milagres
à jovem, que estava grávida quando foi assassinada. O feto encontrado junto ao
corpo teria sido abortado após a morte. Cerca de noventa anos após o
assassinato, o túmulo de Maria Fea continua sendo um dos mais visitados na
época de Finados.
No Museu, é possível ter uma ideia
do que a polícia encontrou ao abrir a mala despachada por Pistone.
Ilustração: escultura do Cemitério da Consolação. HPPA. |
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