terça-feira, 7 de agosto de 2018


AZULEJOS DA CIDADE


Azulejos da cidade,
numa parede ou num banco,
são ladrilhas da saudade
vestida de azul e branco.

É o que diz Ary dos Santos que escreveu o “Fado dos Azulejos”, com música de Martinho de Assunção. Mas o que você sabe sobre a história dos azulejos, introduzidos no Brasil pelos portugueses no período colonial? Bem, essa história começa bem mais longe da península ibérica. Na próxima sábado, 11 de agosto de 2018, às 10 horas, Edson Santana do Carmo fará uma palestra sobre “Ladrilhos Hidráulicos. Um mergulho na História. De Istambul para São Paulo.” O evento será no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, na Rua Benjamin Constant, 128 – Centro (Estação Sé do Metrô).
Após a palestra os participantes farão uma caminhada cultural até a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, culminando na Praça da Sé, Marco Zero de São Paulo.

FADO DOS AZULEJOS

Azulejos da cidade,
numa parede ou num banco,
são ladrilhas da saudade
vestida de azul e branco.
Bocados da minha vida,
todos vidrados de mágoa,
azulejos, despedida
dos meus olhos, rasos de água.”

À flor dum azulejo, uma menina;
do outro, um cão que ladra e um pastor.
Ai, moldura pequenina,
que és a banda desenhada
nas paredes do amor.

Azulejos desbotados
por quanto viram chorar.
Azulejos tão cansados
por quantos vira m passar.

Podem dizer-vos que não,
podem querer-vos maltratar:
de dentro do coração
ninguém vos pode arrancar.

À flor dum azulejo, um passarinho,
um cravo e um cavalo de brincar;
um coração com um espinho,
uma flor de azevinho
e uma cor azul luar.


À flor do azulejo, a cor do Tejo
e um barco antigo, ainda por largar.
Distância que já não vejo,
e enche Lisboa de infância,
e enche Lisboa de mar.


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