O que escrever no Dia 1º de Maio em que
o trabalho é a principal preocupação em todo mundo? Resolvi homenagear minha
ferramenta de trabalho que há alguns anos foi recolhida para museus: a máquina de
escrever. Creio que a música a música preferida dos jornalistas da velha guarda
era a cacofonia das redações no fechamento das edições dos jornais. Cada
repórter escrevendo suas matérias, dedos ágeis batucando as teclas, olhos
fixos na lauda que ia rolando linha por linha até uma pausa para trocar as
folhas, cabeça pensando rapidamente, coordenando ideias, buscando clareza. Se o
instrumento principal era da máquina de escrever, sempre havia a campainha dos
telefones com fontes para ajudar a atualizar as notícias e nesse pandemônio mal
se ouvia o tic-tac do relógio que ditava a urgência das reportagens.
O compositor americano Leroy Anderson (1908-1975) levou o matraquear da velha
máquina de escrever para uma orquestra com um resultado bem humorado. Bem,
desta vez ela é a solista. E aí vai o concerto para máquina de escrever: The tipewriter.
São Paulo, década de 1980. |
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