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Lawrence
escreveu um belíssimo livro: “Os Sete Pilares da Sabedoria” (1926). Não é
biográfico. “Nestas páginas, a história não é do movimento árabe, mas de minha
participação nele. É uma narrativa da vida cotidiana, acontecimentos
insignificantes, pessoas sem importância. Não há lições para o mundo, não há
revelações que possam chocar as pessoas. Está repleta de coisas triviais, em
parte para que ninguém cometa o equívoco de encarar como história os fragmentos
que algum homem poderá utilizar um dia para recontar a história, em parte pelo
prazer que proporcionou recordar o companheirismo da revolta.” (Capítulo de
Introdução)
Lawrence
sofreu um acidente de moto em 13 de maio de 1935, ficou em coma seis dias, faleceu em 19 de maio e, no dia 21, realizou-se o enterro na Igreja de S.
Nicolau em Dorset, com a presença de notáveis da Inglaterra, como Winston
Churchill.
Churchill
considerou “Os Sete Pilares da Sabedoria” “um dos maiores livros já escritos na
língua inglesa”. O livro foi adaptado para o cinema em 1962. Dirigido por David
Lean (1908-1991), o filme foi um grande sucesso de crítica e público e recebeu (merecidamente)
o Oscar de Melhor filme. O elenco, encabeçado por Peter O’Toole (1932-2013) no
papel de Lawrence, contou ainda com Alex Guiness (1914-2000), Anthony Quinn(1915-2001)
e Omar Shariff (1932-2015). Numa pesquisa realizada por um jornal britânico com
renomados cineastas em 2004 foi eleito o melhor filme da história do Reino Unido.
A
dedicatória de “Os Sete Pilares da Sabedoria” é um poema que Lawrence escreveu para
uma pessoa identificada apenas pelas iniciais.
Para S.A
Eu a amei e por isso tomei em minhas mãos estas marés de
homens
e minha vontade nas estrelas pelo céu imprimi
A
fim de ganhá-la, Liberdade, a casa digna dos sete pilares,
para que
seus olhos por mim pudessem brilhar
Quando chegarmos.
A morte parecia me servir pelo caminho, até ficarmos perto
e a vermos à espera;
E quando você sorriu, por triste inveja ele se adiantou
e para um lado a
levou;
Ao seu repouso.
O amor, em exaustão, por seu corpo tateou, breve onda,
nossa por
um momento,
Antes que a mão insidiosa da terra a seus contornos
explorasse
e os cegos
vermes engordassem
Com a sua substância.
Homens me rogaram que o trabalho iniciasse, a casa inviolada,
como uma
memória de você.
Mas por monumento justo a destruí, inacabada, e agora
As ínfimas
coisas se arrastam para erguer choupanas
na sombra
desfigurada
De nossa dádiva.
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