sábado, 31 de outubro de 2020
quarta-feira, 28 de outubro de 2020
ELA TEM 134 ANOS E É UM SUCESSO
Em 1776 o inglês Thomas Paine (1737-1809), um
dos fundadores dos Estados Unidos, disse
que o Novo Mundo era “o refúgio para os amantes perseguidos da liberdade civil
e religiosa”; porém, foi um francês em 1782 quem acendeu “a vela da esperança
que cruzaria oceanos e continentes para iluminar milhões”, como belamente
escreveu o historiador Simon Shama sobre J. Hector St. John de Crèvecoeur* (1735-1813),
autor do livro “Cartas de um fazendeiro americano”. Na obra, Crèvecoeur
descreve uma sociedade perfeita: ”Aqui o homem é livre como deve ser.”
A inauguração aconteceu em 28 de outubro de 1886 com uma grande festa. O famoso poema “The New Colossus” é de Emma Lazarus (1849-1887), poeta, escritora e jornalista, foi escrito em 1883 para levantar fundos para a construção do pedestal da estátua. Emma não foi à festa e a placa de bronze com os versos só foi colocada no pedestal em 1912.
Enfim, 134 anos depois ela atrai multidões de turistas do mundo todo que embarcam
numa lancha para ir conhecer de perto ou de longe a velha senhora. Apesar de todos os problemas que a sociedade americana enfrenta, ela ainda é
O Novo Colosso
Não como o gigante de bronze da
antiga fama,
Cujos membros subjugam os campos de
baixo de si;
Aqui cintilando aos portões do
crepúsculo, vê-se
Uma dama robusta com um farol cuja
flama
É o relâmpago aprisionado, e ela se
chama
Mãe dos Exilados. Da mão que, meiga,
se estende
Brilham boas-vindas; o seu olhar
compreende
O porto que as nobres cidades gêmeas
defendem.
"Segurai, antigas terras, vossa
pompa!" diz ela
Com lábios quietos. "Dai-me
vossos pobres fatigados,
As multidões que por só respirarem
livres zelam,
Resíduos miseráveis dos caminhos
fervilhados.
Mandai-os a mim, desabrigados, que a
minha vela
Os guiará, calmos, através dos
portões dourados!”
(Tradução: Carl
Youngblood, Wikipédia.)
A estátua da Liberdade mede 46m de altura, o
pedestal tem 46,90m. Foi dourada, mas com o tempo o cobre ganhou um tom
verde-azulado. Se alguém estiver muito animado a explorar o interior da estátua
é bom saber que são 389 degraus do topo do pedestal até a tocha.
Fotos: Hilda Araújo, setembro de 2013.
* J. Hector St. John de Crèvecoeur ou Michel Guillaume Jean de Crèvecœur teve uma vida extraordinária.
terça-feira, 27 de outubro de 2020
"O DONO DA CALÇADA"
O encontro de Nelson Antônio da Silva ou
Nelson do Cavaquinho (1911-1986) com Nelson Gonçalves (1919-1998). E precisa
mais?
segunda-feira, 26 de outubro de 2020
ENCONTRO COM MILTON NASCIMENTO
domingo, 25 de outubro de 2020
PABLO PICASSO
Não precisa de apresentações. Basta lembrar que nasceu há 139 anos em Málaga, Espanha. O retrato é de Dora Maar (1907-1997), poeta, fotógrafa e pintora francesa, na época, amante de Picasso.
Brilhar sempre,
brilhar em todo lugar
até os últimos dias do guerreiro
brilhar –
e sem desculpa nenhuma!
Eis o meu lema –
e do sol.
sexta-feira, 23 de outubro de 2020
A IDA AO PARAÍSO
Manhã de sol, ideal para uma expedição além do bairro, onde passei os últimos sete meses. Decidi caminhar até a Avenida Paulista devidamente protegida. No caminho, a maioria das pessoas de máscara, mas há muitos rebeldes. Até olhei vitrines, coisa que não é do meu feitio. Uma ou duas pessoas nos pontos de ônibus, bem diferente do que costuma ser normalmente, mas agora nada é normal. No Paraíso, um novo empreendimento imobiliário ao lado da estação do metrô. Que bom rever este cenário com o Obelisco ao fundo. Os paredões da Avenida Vinte e Três de Maio estão floridos... Muito bonitos. Na Avenida Bernardino de Campos, uma placa chama atenção pela prioridade dada aos produtos: cervejas no topo! A Igreja Santa Generosa está com as portas escancaradas, mas vazia. Na Praça Oswaldo Cruz, o índio continua procurando no lago a lança que empunhou até que um vândalo a levou há muito tempo... O jardim da Casa das Rosas também está florido; o Centro Cultural Itaú funciona, mas o SESC mantém apenas algumas atividades pré-agendadas. Com o sol a pino e a temperatura mais alta, melhor retornar. Há uma nova padaria na Bernardino de Campos. Muito convidativa. “Abrimos há oito dias. Venha conhecer” ‒ diz o segurança entusiasmado com a curiosidade da possível freguesa. Prometo voltar em breve. Retomo o caminho de casa, agora uma descida suave. E cheia de sombra.
ANIVERSÁRIO DE DOIS ARTISTAS MINEIROS
Hoje comemora-se o centenário de nascimento da artista plástica mineira Lygia Pimentel Lins ou LYGIA CLARK (1920-1988) e os 80 anos de Edson Arantes do Nascimento, PELÉ. Lygia Clark nasceu em Belo Horizonte, numa família de juristas, mas foi a arte que a conquistou: como pintora e escultora ganhou prestígio internacional. Ela fez parte do movimento do Neoconcreto surgido no Rio de Janeiro em 1959. Suas obras caracterizam-se pela utilização de objetos tridimensionais; por promover a participação do público em suas obras; usar os mais diversos materiais (madeira, metal flexível e até mesmo borracha). Em 2013 a obra “Contra Relevo” foi arremata da por US$ 2,2 milhões em leilão em Nova York.
PELÉ não precisa de apresentação. Sua arte apaixonou o mundo. Edson Arantes do Nascimento nasceu em Três Corações em uma família pobre, que mais tarde mudou para Bauru (SP). O talento precoce lhe proporcionou a ida para o Santos F. C. em 1956 e daí para a seleção brasileira e o campeonato mundial de futebol em 1958. O resto é história. Quem o viu jogar, jamais o esquecerá.
quinta-feira, 22 de outubro de 2020
A MARAVILHOSA LUCERO TENA
LUCERO TENA (1938) é o nome artístico da María de la Luz Tena Álvarez. Espanhola com nacionalidade mexicana, Lucero nasceu em família de artistas; estudou bale clássico e dança espanhola; teve sua própria companhia de dança. Quando parou de dançar, tornou-se concertista de castanholas, instrumento que ela já dominava, inclusive interpretando obras eruditas. Em 1966 o compositor Joaquín Rodrigues (1901-1999) dedicou-lhe a obra “Dos Dances”.
As castanholas de orquestras são diferentes: os pratos de madeiras são articulados em uma vareta: o músico agira a vareta ou golpeia os pratos contra a outra mão ou contra o joelho.
terça-feira, 20 de outubro de 2020
DIA DO POETA.
Confesso que não gosto
muito de poesia, mas FERNANDO PESSOA
(1888-1935) é extraordinário. Poesias selecionadas do "Cancioneiro".
AUTOPSICOGRAFIA
O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
MAR. MANHÃ
Suavemente grande avança
Cheia de sol a onda do mar;
Pausadamente se balança,
E desce como a descansar.
Tão lenta e longa que parece
De uma criança de Titã
O glauco seio que adormece,
Arfando à brisa da manhã.
Parece ser um ente apenas
Este correr da onda do mar
Como uma cobra que em serenas
Dobras se alongue a colear.
Unido e vasto e interminável
No são sossego azul do sol,
Arfa com um mover-se estável
O oceano ébrio de arrebol.
E a minha sensação é nula,
Quer de prazer, quer de pesar...
Ébria de alheia a mim ondula
Na onda lúcida do mar.
VISÃO
Do que a vida que o mundo
mostra ter
Mais do que a Natureza
natural
À verdade tremendo de viver.
Sob um céu uno e plácido e
normal
Onde nada se mostra haver ou
ser
Onde nem vento geme, nem
fatal
A ideia de uma nuvem se faz
crer,
Jaz — uma terra não — não um
solo
Mas estranha, gelando em
desconsolo
A alma que vê esse pais sem
véu,
Hirtamente silente nos
espaços
Uma floresta de escarnados braços
Inutilmente erguidos para o céu.
III
Só quem puder obter a estupidez
Ou a loucura pode ser feliz.
Buscar, querer, amar... tudo isto diz
Perder, chorar, sofrer, vez após vez.
A estupidez achou sempre o que quis
Do círculo banal — da sua avidez;
Nunca aos loucos o engano se desfez
Com quem um falso mundo seu condiz.
Há dois males: verdade e aspiração,
E há uma forma só de os saber males:
É conhecê-los bem, saber que são
Um o horror real, o outro o vazio —
Horror não menos — dois como que vales
Duma montanha que ninguém subiu.
"Fernando Pessoa. Obra Poética." Rio de Janeiro, RJ, Editora Nova Aguilar, 1983.
segunda-feira, 19 de outubro de 2020
SEGUNDA-FEIRA COM ARTE
"O Despertar" (1876), óleo sobre tela de EVA GONZALÈZ (1849-1883). Acervo: Kunsthalle Bremen, Alemanha.
domingo, 18 de outubro de 2020
GRANDE, GRANDE OTELO.
Sebastião Bernardes de Souza Prata ou, simplesmente, Grande Otelo, nasceu no dia 18 de outubro de 1915 em Uberlândia, Minas Gerais. Um dos maiores atores brasileiros do século passado. Do drama à comédia, dançando ou cantando, ele era extraordinário. Morreu em Paris a caminho de Nantes, onde seria homenageado no Festival dos Três Continentes em 1993.
sábado, 17 de outubro de 2020
A VASSOURA ELÉTRICA
Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, Praça Marechal Âncora.
sexta-feira, 16 de outubro de 2020
OSCAR WILDE
Achei no velho livro do Curso Clássico (1966): English Literature, de M.S. Hull e Machado da Silva, Livraria Francisco Alves.
quinta-feira, 15 de outubro de 2020
DIA DOS PROFESSORES
Sem professores eles não viveriam momentos tão importantes em suas vidas...
Jovens posam para o álbum de fotografias da formatura em frente ao prédio da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Domingo, 15 de novembro de 2015.Jovem formando com a família após cerimônia de formatura na Catedral de Saint Paul em Londres. Julho de 2015.
quarta-feira, 14 de outubro de 2020
O CÉU É PARA POUCOS
Charles Yeager tem
97 anos. Numa época em que aceitamos todas as novidades sem nos incomodarmos em
saber quem foi o responsável por elas, só soube da proeza dele lendo “Os
eleitos”, de Tom Wolfe (1930-2018). Wolfe foi um dos grandes jornalistas
americanos e nesse livro narra no melhor estilo jornalístico a trajetória
dramática da formação dos pilotos que se tornaram astronautas. E lá está
Charles Yeager (1923) abrindo as portas para a concretização do programa
espacial americano ao ultrapassar a velocidade do som (Mach 1 = 1.200 km por
hora ou 1.050 km por hora dependendo da altitude) no dia 14 de outubro de 1947.
E o fez com duas costelas quebradas dois dias antes da missão, num acidente
cavalgando à noite pelo deserto. Escondeu o fato dos superiores, mas no dia
descobriu que não poderia fechar a porta da cabine do avião por causa da dor
intensa. Confidenciou o problema para o piloto e mecânico do projeto Jack
Ridley, que resolveu a questão com um banal cabo de vassoura para travar a
porta da cabine.
O projeto desenvolveu-se na Base de
Muroc no deserto do Mojave, na Califórnia, atual Base de Edwards. Embora a
Força Aérea só tenha divulgado o fato em junho de 1948 por questões de segurança,
Yeager tornara-se uma lenda entre os pilotos. Em 1952 os ingleses produziram um
filme (“Sem barreira no céu”) sobre o projeto, estrelado por Ralph Richardson
(1902-1983) e dirigido pelo cineasta David Lean (1908-1991). O problema é que o
filme foi baseado na morte do aviador britânico Geoffrey de Havilland
(1910-1946) e as pessoas saiam do cinema acreditando que fora um inglês que
rompera a barreira do som. E assim, por muito tempo, o público achou que Yeager
fora o primeiro americano a ultrapassar a barreira do som. Apesar de tudo,
Wolfe afirma que “Breaking the sound
barrier por acaso foi um dos filmes sobre aviação mais absorventes que já
se fez”. O livro de Wolf foi adaptado para o cinema em 1983 com o mesmo título
(Os Eleitos) e merece ser visto.
Yeager continuou a carreira militar e em 1962 foi designado diretor de operações dos voos de provas da Escola de Pilotos para Pesquisas Espaciais (ARPS) na Base de Edwards (USAF). Nessa época o programa espacial norte-americano estava em pleno andamento. Em dezembro de 1963 “na qualidade de comandante da ARPS, aproveitou a oportunidade para testar o NF-104”, um superavião que os engenheiros presumiam que poderia atingir uma altitude entre 36.000 e 46 mil metros. Tom Wolf dedica faz uma narrativa de tirar o fôlego sobre o final do voo que terminou na queda e destruição da aeronave, a ejeção do piloto, a sua descida junto com o assento ejetado e a queda no deserto.
Um jovem testemunha “a descida”. E o recepciona com um “Nossa!... você está horrível. (...) O Bom Samaritano, versão 1963! E médico! E acaba de anunciar seu diagnóstico! É só isso que o cara precisa... ter quarenta anos de idade, cair 30.000 malditos metros em um parafuso chato, se ejetar, fazer um buraco de um milhão de dólares no chão, conseguir carbonizar metade da cabeça e a mão e ter o olho praticamente arrancado do crânio...” F
Felizmente, ele se recuperou totalmente, mas naquele dia antes do acidente o programa espacial militar foi cancelado pelo governo. Entrou para a reserva em 1975. Participou de filmes e documentários. Em 14 de outubro de 2012 comemorou o 65º aniversário do seu feito a bordo de um McDonnell Douglas F-15 Eagle como copiloto do capitão David Vincent da Base Aérea de Nellis.
"Correio da Manhã", 1/09/1963. Acervo: Fundação Biblioteca Nacional.terça-feira, 13 de outubro de 2020
NO TEMPO DA ATLÂNTIDA (1941-1962).
NA TV, UMA COMÉDIA E UM POLICIAL COM HUMOR.
Para encerrar a
brincadeira, pensei nos atores de TV e depois de hesitar entre três acabei
escolhendo estes dois: SIMON HELBERG (1980) e ALEX O'LOUGHLIN (1976). O americano Simon Helberg
interpretou Howard, um dos três amigos de Sheldon (Jim Parsons) na série “The
Big Bang Theory”, que teve doze temporadas (2007-2019). Parson virou estrela,
mas Helbert me conquistou para sempre. Ele é simplesmente ótimo. Alex O'Loughlin é australiano, começou no teatro e depois passou para o
cinema e televisão. Protagonista da série “Hawaii Five-0” (2010-2020), interpreta
um militar em função policial. Drama e comédia, com muita pancadaria. Gosto muito dele embora esteja longe de ser um superastro.
segunda-feira, 12 de outubro de 2020
ALÔ, DOÇURA!
Eva Wilma (1933) é uma artista completa: bailarina clássica, estudou piano, violão, canto e ainda achou tempo para o curso de Direito na Faculdade do Largo de São Francisco, mas foi como atriz de cinema, televisão e teatro que alcançou o sucesso e ganhou muitos prêmios. Foi protagonista com John Herbert (1929-2011) de uma das primeiras séries da TV brasileira: “Alô Doçura”, que foi exibida pela antiga TV Tupi de 1953 a 1963. Eva Wilma continua em atividade. No início deste ano, foi homenageada com o Prêmio Cesgranrio de Teatro. (Foto: Roberto Filho, Brazil News.)
JOGOS INFANTIS
"Um poeta contemporâneo disse que para cada homem existe uma imagem que faz o mundo inteiro desaparecer; para quantas pessoas essa imagem nao surge de uma velha caixa de brinquedos?" Walter Benjamin (1892-1940) em "Brinquedo e brincadeira.
Um desafio para este feriado sem graça: quais as brincadeiras que você identifica no quadro renascentista e que fazem parte da sua história?
“Jogos Infantis”, óleo sobre tela do neerlandês Pieter Bruegel, o Velho (1526-1569). Acervo: Museu de História da Arte de Viena.
domingo, 11 de outubro de 2020
O MONSTRO SAGRADO
MARLON BRANDO (1924-2004). Gostei de tudo o que pude assistir com Brando. É verdade que às vezes acho que ele exagerava nas caretas, mas sem dúvida foi um ótimo ator. Uma curiosidade: em 1978 fez a narração do documentário “Raoni”, escrito e dirigido por Jean-Pierre Dutilleux e Luiz Carlos Saldanha sobre o cacique brasileiro. Em 1961 ele dirigiu o faroeste “A Face Oculta”, depois da dispensa de Stanley Kubrick. Muito bom, mas claro que causou vários problemas para a produção.
sábado, 10 de outubro de 2020
FRANCÊS OU RUSSO, SEMPRE DEPARDIEU.
Beleza e elegância não são os principais atributos do ator francês (agora russo) GÉRARD DEPARDIEU (1948), mas graças ao talento que ele esbanja transita do personagem romântico ao rústico conquistando fãs pelo mundo afora. Assisti a muitos filmes com ele entre os quais “1900” (1976), de Bernardo Bertolucci; “Danton” (1982), de Andrzej Wajda. “Green Card” (1990), de Peter Weir; e o mais recente foi “Minhas tardes com Margueritte” (2011), de Jean Becker. Escreveu alguns livros e em 2017 lançou “Monstro”, em que faz reflexões sobre a vida e a carreira.
sexta-feira, 9 de outubro de 2020
JOSÉ LEWGOY, SEMPRE PERFEITO.
JOSÉ LEWGOY (1920-2003) foi um ator extraordinário. Brilhou nas telas do cinema e da televisão. Costumam dizer que ele foi o grande vilão do cinema e da TV brasileira, mas isso é reduzir seu talento. Fez de tudo no cinema nacional: chanchada, pornô chanchada, Cinema Novo e ganhou o mundo com o diretor alemão Werner Herzog (“Fitzcarraldo”). Franco Rossi (“Uma Rosa para todos”) e Paul Mazursky (“Luar sobre Parador”). Como diria um dia: "Em nome da sobrevivência, gastei meu Shakespeare num monte de filmes ruins". Estudou artes cênicas na Universidade de Yale (Connecticcut/USA), graças a uma bolsa de estudos. Fez várias novelas a partir de 1973. Em uma reportagem especial para o JORNAL DO COMÉRCIO, de Porto Alegre, o jornalista Márcio Pinheiro, cita uma entrevista em que o ator se compara ao transatlântico do filme “E la Nave va” (Fellini): “imenso, adora ópera, anda balançando e tem uma tripulação numerosa ‒ os personagens que carrega”.
quinta-feira, 8 de outubro de 2020
SEMANA DAS ESTRELAS: OS MOCINHOS.
Se MORGAN FREEMAN (1937) estiver no elenco de um filme, assistirei, pois se o filme não for bom (“Uma viagem a Vegas”, 2013) ainda terá valido a pena vê-lo porque é sempre perfeito. Assisti “Tempo de Glória” (1988), mas foi em “Conduzindo Miss Daisy” (1989) que me conquistou ‒ um filme que lhe valeu muitos prêmios. O Oscar ele recebeu só em 2005 por “Menina de Ouro”, dirigido por Clint Eastwood. Perfeito em “Antes de partir” (2007), filme de Rob Reiner, com o eterno alucinado Jack Nicholson.
quarta-feira, 7 de outubro de 2020
O BRILHO DE SOPHIA LOREN
Outra grande dama do cinema é SOPHIA LOREN (1934) que foi concorrente de Gina Lolobrigida (1927) e a superou. Começou a carreira em 1950 com pequenos papeis e aos poucos consolidou-se como atriz. O sucesso internacional aconteceu em 1962 com o filme franco-italiano “Duas Mulheres”, dirigido por Victorio De Sicca. O papel principal rendeu-lhe três principais prêmios internacionais de melhor atriz (Oscar, British Academy Film Awards, Festival de Cannes). O filme ganhou ainda o Globo de Ouro na categoria melhor filme de língua estrangeira. A partir desse filme o céu era o limite para Sophia Loren, que contracenou com os grandes galãs da época - de Charlton Heston a Marlon Brando, de Clark Gable a Peter Sellers, de Marcello Mastroianni a Paul Newman. O primeiro filme que vi com Sofia foi “A Lenda da Estatua Nua”, (1957), com Alan Ladd, mas lembro que uma revista de fotonovela publicou “A Bela Moleira” (1955), que ela estrelou com Marcello Mastroianni. Vi vários filmes com ela ‒ a maioria muitos anos depois do lançamento ‒, como “Pão, Amor e...” (1955), “Boccaccio 70” (1962), “Matrimônio à Italiana” (1964), “A Condessa de Hong Kong” (1967), “Dois velhos mais rabugentos” (1995), “Prét-à-Porter” (1994).
terça-feira, 6 de outubro de 2020
DE OFÉLIA A FILOMENA, SEMPRE PERFEITA.
JUDI DENCHI (1934) é uma atriz britânica
maravilhosa. Nasceu em York, a bela cidade murada. Estreou no teatro no papel
de Ofélia, de “Hamlet” de Shakespeare aos 23 anos e nunca mais parou de
representar expandindo sua atuação para cinema, rádio e televisão. Seu talento
pode ser avaliado pela grande lista de prêmios ao longo da carreira, o que inclui seis British Academy Film Awards e um Oscar de melhor atriz coadjuvante (“Shakespeare
apaixonado”, 1999). Creio que só vi três ou quatro filmes com ela e
todos excelentes: “Henry V” (1989), “Filomena” (2013) e “O extraordinário Hotel
Marigold” (2012); guardo ótimas lembranças da série britânica “As time goes by” (1992-2002), que ela
estrelou com outro grande ator britânico Geoffrey Palmer
(1927) ‒, aliás, estão juntos em “Henry V”.
JULIETA DOS ESPÍRITOS
Se alguém disser que Giulietta Masina (1921-1994) só fez sucesso porque se casou com Federico Fellini, está tremendamente enganado. Ela foi uma atriz perfeita. Começou durante o curso de Filosofia e Letras que fazia na Universidade de Roma, participando das temporadas de teatro universitário de 1941/1942. Em 1943 casou-se com Fellini, mas só estreou no cinema após a guerra: em 1946 fez “Paisà”, de Roberto Rossellini e dois anos depois “Sem piedade”, de Alberto Lattuada. Com o marido ela começou a trabalhar apenas em 1954 em “A Estrada”. Giulietta fez cerca de trinta filmes com grandes diretores, mas é lembrada principalmente pelos trabalhos realizados com Fellini: “A Trapaça” (1955), “Noites de Cabiria” (1957), “Julieta dos Espíritos” (1965) e “Ginger e Fred” (1985). Gostei de todos, entretanto, os preferidos são “Noites de Cabiria” e “Ginger e Fred”.
segunda-feira, 5 de outubro de 2020
SEMANA DE ESTRELAS
No Facebook um amigo me convidou a postar durante dez dias consecutivos fotos de dez atores ou atrizes de cinema e/ou séries de TV de quem eu gosto ou cujo trabalho admire. Sem justificativa. É muito difícil escolher apenas dez. Entretanto, a brincadeira ajuda a passar o tempo e resolvi começar selecionando atrizes. A primeira foi Simone Signoret (1921-1985), uma extraordinária atriz francesa, que citei dias atrás ao comentar “O gato”, filme ótimo baseado no livro de George Simenon. Simone que nasceu na Alemanha, mudou para a França e mais tarde se naturalizou. Era uma mulher muito bonita. Casou-se duas vezes. O segundo casamento foi com o cantor, ator e ativista político italiano naturalizado francês Yves Montand (1921-1991). Ganhou vários prêmios entre osquais o Oscar em 1960 pelo trabalho em “Almas em Leilão” (1959); trabalhou com grandes diretores europeus e americanos. Com Yves Montand fez vários filmes, incluindo “Paris está em chamas?” (1966), de René Clement, e “A Confissão” (1970), de Costa-Gavras. Simone escreveu alguns livros. Descobri por acaso um deles na Biblioteca Mário de Andrade: “Adeus, Volodia”, um ótimo romance que narra a vida de judeus da Europa Central que imigraram para a França no início do século passado.
domingo, 4 de outubro de 2020
DIA DA NATUREZA E DOS ANIMAIS
Fólio de um manuscrito ilustrado do século XVII do poema “A Linguagem dos
Pássaros”, de autoria do persa Farid al-Din 'Attar (século XII). A miniatura é
assinada por Habiballah de Sava. Material: tinta, aquarela, ouro e prata em
papel. Acervo do Metropolitan Museum of Art de Nova York.
DOMINGO NA SÉ
O VAGABUNDO
Álvares de Azevedo (1831-1832)
Eu durmo e vivo ao sol como um cigano,
Fumando meu cigarro vaporoso,
Nas noites de verão namoro estrelas,
Sou pobre, sou mendigo e sou ditoso!
Ando roto, sem bolsos nem dinheiro;
Mas tenho na viola uma riqueza:
Canto à lua de noite serenatas...
E quem vive de amor não tem pobreza.
Não invejo ninguém, nem ouço a raiva
Nas cavernas do peito, sufocante,
Quando, à noite, na treva em mim se entornam
Os reflexos do baile fascinante.
Namoro e sou feliz nos meus amores,
Sou garboso e rapaz... Uma criada
Abrasada de amor por um soneto,
Já um beijo me deu subindo a escada...
Oito dias lá vão que ando cismando
Na donzela que ali defronte mora...
Ela ao ver-me sorri tão docemente!
Desconfio que a moça me namora...
Tenho por meu palácio as longas ruas,
Passeio a gosto e durmo sem temores...
Quando bebo, sou rei como um poeta,
E o vinho faz sonhar com os amores.
O degrau das igrejas é meu trono,
Minha pátria é o vento que respiro,
Minha mãe é a lua macilenta
E a preguiça a mulher por quem suspiro.
Escrevo na parede as minhas rimas,
De painéis a carvão adorno a rua...
Como as aves do céu e as flores puras
Abro meu peito ao sol e durmo à lua.
Sinto-me um coração de lazzaroni,
Sou filho do calor, odeio o frio,
Não creio no diabo nem nos santos...
Rezo a Nossa Senhora e sou vadio!
Ora, se por aí alguma bela
Bem dourada e amante da preguiça,
Quiser a nívea mão unir à minha
Há de achar-me na Sé, domingo, à missa.
sábado, 3 de outubro de 2020
SÁBADO DIVERTIDO. COM MÚSICA.
A música faz parte da trajetória do Homem como mostram estas peças arqueológicas guardadas em museus espalhados pelo mundo. A flauta é um dos instrumentos musicais mais antigos de que se tem notícia e, no princípio, era feita de ossos. Outros que se perdem nos tempos são xilofones e tambores feitos de madeira e pedra. As vibrações de um arco de caça originaram a criação da harpa, que tem a forma triangular. Ela é citada em poesias, vista em desenhos em tumbas no Egito e em esculturas gregas. A lira faz parte do cenário da Antiguidade Greco-romana, mas provavelmente teve origem na Ásia.
quinta-feira, 1 de outubro de 2020
DIA INTERNACIONAL DA MÚSICA
A música faz parte da nossa vida. Não importa onde vivemos. Sempre podemos contar com a música para embalar os bons os momentos e nos consolar nos mais tristes. Responda: qual o grande sucesso musical do ano em que você nasceu? Posso dizer que que no mês de julho de 1945 o grande sucesso foi a música "Sentimental Journey", gravada por Doris Day (1922-2019) com Les Brown e Orquestra. No Brasil, Nelson Gonçalves (1919-1998) liderava a preferência popular com a valsa “Maria Bethania”, composição de Capiba (Lourenço da Fonseca Barbosa, 1904-1997). Época de grandes cantores e grandes orquestras. A interpretação de Doris Day é simplesmente maravilhosa.