quarta-feira, 28 de outubro de 2020

ELA TEM 134 ANOS E É UM SUCESSO

Em 1776 o inglês Thomas Paine (1737-1809), um dos fundadores  dos Estados Unidos, disse que o Novo Mundo era “o refúgio para os amantes perseguidos da liberdade civil e religiosa”; porém, foi um francês em 1782 quem acendeu “a vela da esperança que cruzaria oceanos e continentes para iluminar milhões”, como belamente escreveu o historiador Simon Shama sobre J. Hector St. John de Crèvecoeur* (1735-1813), autor do livro “Cartas de um fazendeiro americano”. Na obra, Crèvecoeur descreve uma sociedade perfeita: ”Aqui o homem é livre como deve ser.”

        Em resumo a América há muito tempo tornou-se o sonho dourado dos insatisfeitos do mundo. E então em 1886 os Estados Unidos ganharam de presente da França uma estátua imensa ‒ uma mulher empunhando uma tocha na mão direita enquanto segura na esquerda uma tábua com a data da Declaração de Independência americana (4/7/1776). “A liberdade iluminando o mundo” ‒ este o nome da obra do escultor Frédéric Auguste Bartholdi (1834-1904); porém há muito tempo ela é chamada simplesmente de Liberdade. O local escolhido para a estátua não poderia ter sido mais estratégico: uma ilhota na entrada do porto de Nova York.

A inauguração aconteceu em 28 de outubro de 1886 com uma grande festa. O famoso poema “The New Colossus” é de Emma Lazarus (1849-1887), poeta, escritora e jornalista, foi escrito em 1883 para levantar fundos para a construção do pedestal da estátua. Emma não foi à festa e a placa de bronze com os versos só foi colocada no pedestal em 1912.   

Enfim, 134 anos depois ela atrai multidões de turistas do mundo todo que embarcam numa lancha para ir conhecer de perto ou de longe a velha senhora. Apesar de todos os problemas que a sociedade americana enfrenta, ela ainda é 

O Novo Colosso


Não como o gigante de bronze da antiga fama,

Cujos membros subjugam os campos de baixo de si;

Aqui cintilando aos portões do crepúsculo, vê-se

Uma dama robusta com um farol cuja flama

É o relâmpago aprisionado, e ela se chama

Mãe dos Exilados. Da mão que, meiga, se estende

Brilham boas-vindas; o seu olhar compreende

O porto que as nobres cidades gêmeas defendem.

"Segurai, antigas terras, vossa pompa!" diz ela

Com lábios quietos. "Dai-me vossos pobres fatigados,

As multidões que por só respirarem livres zelam,

Resíduos miseráveis dos caminhos fervilhados.

Mandai-os a mim, desabrigados, que a minha vela

Os guiará, calmos, através dos portões dourados!”

 (Tradução: Carl Youngblood, Wikipédia.)

A estátua da Liberdade mede 46m de altura, o pedestal tem 46,90m. Foi dourada, mas com o tempo o cobre ganhou um tom verde-azulado. Se alguém estiver muito animado a explorar o interior da estátua é bom saber que são 389 degraus do topo do pedestal até a tocha.

Fotos: Hilda Araújo, setembro de 2013.

* J. Hector St. John de Crèvecoeur ou Michel Guillaume Jean de Crèvecœur teve uma vida extraordinária. 







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