Em 1776 o inglês Thomas Paine (1737-1809), um
dos fundadores dos Estados Unidos, disse
que o Novo Mundo era “o refúgio para os amantes perseguidos da liberdade civil
e religiosa”; porém, foi um francês em 1782 quem acendeu “a vela da esperança
que cruzaria oceanos e continentes para iluminar milhões”, como belamente
escreveu o historiador Simon Shama sobre J. Hector St. John de Crèvecoeur* (1735-1813),
autor do livro “Cartas de um fazendeiro americano”. Na obra, Crèvecoeur
descreve uma sociedade perfeita: ”Aqui o homem é livre como deve ser.”
A inauguração aconteceu em 28 de outubro de 1886 com uma grande festa. O famoso poema “The New Colossus” é de Emma Lazarus (1849-1887), poeta, escritora e jornalista, foi escrito em 1883 para levantar fundos para a construção do pedestal da estátua. Emma não foi à festa e a placa de bronze com os versos só foi colocada no pedestal em 1912.
Enfim, 134 anos depois ela atrai multidões de turistas do mundo todo que embarcam
numa lancha para ir conhecer de perto ou de longe a velha senhora. Apesar de todos os problemas que a sociedade americana enfrenta, ela ainda é
O Novo Colosso
Não como o gigante de bronze da
antiga fama,
Cujos membros subjugam os campos de
baixo de si;
Aqui cintilando aos portões do
crepúsculo, vê-se
Uma dama robusta com um farol cuja
flama
É o relâmpago aprisionado, e ela se
chama
Mãe dos Exilados. Da mão que, meiga,
se estende
Brilham boas-vindas; o seu olhar
compreende
O porto que as nobres cidades gêmeas
defendem.
"Segurai, antigas terras, vossa
pompa!" diz ela
Com lábios quietos. "Dai-me
vossos pobres fatigados,
As multidões que por só respirarem
livres zelam,
Resíduos miseráveis dos caminhos
fervilhados.
Mandai-os a mim, desabrigados, que a
minha vela
Os guiará, calmos, através dos
portões dourados!”
(Tradução: Carl
Youngblood, Wikipédia.)
A estátua da Liberdade mede 46m de altura, o
pedestal tem 46,90m. Foi dourada, mas com o tempo o cobre ganhou um tom
verde-azulado. Se alguém estiver muito animado a explorar o interior da estátua
é bom saber que são 389 degraus do topo do pedestal até a tocha.
Fotos: Hilda Araújo, setembro de 2013.
* J. Hector St. John de Crèvecoeur ou Michel Guillaume Jean de Crèvecœur teve uma vida extraordinária.
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