sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

A FÚRIA DO OCEANO

 

"A tempestade, mais terrível, uivava, e o mar, a cada passo, mais agitado e tremendo, dava-me a impressão de que iria engolir-me. Poderia haver coisa mais assombrosa do que uma tormenta no mar? Se julgava que a fúria dos elementos estava no seu clímax, pobre marinheiro de primeira viagem, estava muito enganado. Porque, assim que deixei de lado os pensamentos que me vinham torturando e me pus a atentar para feia e escura paisagem, vi que a tempestade redobrava de intensidade, e o barco, a jogar malucamente e a ranger, não demoraria muito a ir para o fundo, a todos nos sepultando para sempre. [...] Nunca vi espetáculo mais terrível, de vagas, como montanhas, a elevar-se e depois a despencar sobre o navio, a todo instante, e de tamanha escuridão, a nos rodear.”

ROBINSON CRUSOÉ, Daniel Defoe. (Virtual Books on line.) Tradutor não citado.


Portmouth, Inglaterra, 1993.

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