sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

NOVA DÉCADA. MUITAS EXPECTATIVAS.

O Novo Ano começou com fogos como de costume; entretanto, essa tradição que nos dias atuais é percebida como manifestação de alegria, teve origem na China (até porque foi lá que inventaram a pólvora) e os estampidos serviam para espantar os maus espíritos. A superstição correu o mundo e se isso fosse verdade 2021 deveria ter sido recepcionado pelo costumeiro foguetório mundial em potência máxima. Enfim, com ou sem foguetes, começamos uma nova década. A terceira do século XXI.       

        Por aqui passarinhos na minha janela dão uma ideia de enganosa de tranquilidade. Acordei de madrugada com os gritos furiosos de um idoso do prédio ao lado contra o barulho dos vizinhos dele em festa. Ouço, mas não entendo; as manifestações dos festeiros não agradam o reclamante. O bate-boca continua por uns dez minutos e a paz volta à primeira madrugada do ano.

        Pensar no futuro é perda de tempo. É um enigma que só os “videntes” dizem desvendar. Vale, contudo, pensar um pouco sobre 2020. Não costumo fazer planos, mas no final de fevereiro iniciei os preparativos para uma viagem em maio e tinha em vista dois cursos para a terceira idade na USP, e nesse meio tempo continuava caminhando pela cidade. As notícias procedentes da China não me pareceram tão graves, mas quando chegaram à Europa achei melhor adiar a viagem... Algumas pessoas acharam que eu me acovardei, mas minha decisão não poderia ter sido melhor. Veio o isolamento e no dia 17 de março fiz minha última viagem de ônibus... Sair apenas para supermercado e farmácia, o que aproveitei para caminhar pelo bairro e arredores. Desde então em raras ocasiões usei o metrô. Sempre seguindo os protocolos sanitários.

        Em nenhum momento desses nove meses me senti presa ou angustiada. Quando percebi a linha de cobertura da imprensa me afastei do noticiário, mas acompanhando a evolução da pandemia pelos canais oficiais (OMS, OPAS) e institutos de pesquisa, fugindo das paixões políticas e tirando minhas próprias conclusões. Instituições culturais (museus, universidades etc.) promoveram visitas on line a exposições, cursos e outras atividades. Se não podia ir a bibliotecas, vasculhei as estantes em busca de livros que vinha planejando reler e até descobri alguns inéditos, escondidos no fundo das prateleiras. Aproveitei também para rever vários clássicos do cinema, vasculhei a Internet em busca de raridades musicais desde óperas até shows...

       Fundamental foram os amigos. Como o convite de uma amiga para uma escapada, com segurança claro, até a praia. Ou o que me presenteou com vinhos. Alguns que não encontrava havia anos, se manifestaram pelas redes sociais preocupados, oferecendo apoio em caso de necessidade. Não tem preço. Triste mesmo foi não poder me despedir de uma prima que faleceu. Foi difícil aguentar seis meses sem cortar o cabelo.

Lembrei-me das histórias que minha avó contava da época da gripe espanhola em 1918. Nunca imaginei que vivenciaria uma experiência como aquela, mas a diferença crucial entre as duas situações sem dúvida foi a evolução tecnológica ocorrida no decorrer desses cem anos. Evolução na área da ciência, da informática e da mídia.

Não quero apagar da minha vida 2020 porque ele foi revelador sob vários aspectos, afinal, de repente você tem que enfrentar uma situação completamente nova e se reinventar. Aprendi mais sobre mim e muito mais sobre as pessoas. Deliciosos vídeos caseiros foram postados no início da pandemia; artistas famosos e outros nem tanto dividiram momentos agradáveis com o público para amenizar os momentos difíceis. Foi um ano de muitas perdas, mas é preciso ter em mente que felizmente a grande maioria dos infectados felizmente se recuperou. Feliz 2021! 

       

2 comentários:

Nilton Tuna disse...

Feliz ano novo! Que seja muito, mas muiiiiiiiiiiiiiito melhor!

Hilda Araújo disse...

Feliz Ano Novo, Nilton e, com certeza, tem que ser muuuuuuuuuuuuito melhor mesmo. Beijos!