Do Bandeirante destemido,
Um mundo de arte e beleza,
Em ti, tem sido construído!
Tens tuas noites adornadas,
Pela garoa, em denso véu!
Sobre os teus edifícios,
Que até parecem chegar ao céu!”
J. M. Alves e Mário
Zan
Não conhece Mário Zan? Uma pena porque até Frank
Sinatra gravou “Os homens não devem chorar" (ou “Nova flor”) em 1958. Mario Giovanni Zandomeneghi (1920-2006) nasceu na Itália; na década de
1920 a família emigrou para o Brasil e se instalou em Santa Adélia (SP). Mário começou
a tocar acordeom aos treze anos e pelo seu talento logo “o moleque da sanfona” estava
se apresentando em bailes, shows e eventos; o rádio o descobriu e passou por
várias emissoras de São Paulo até que foi ao Rio de Janeiro para conhecer Luiz
Gonzaga (1912-1989) e tornaram-se amigos. O rei do baião considerava Mário Zan “o
rei da sanfona”. Após a temporada carioca retornou a São Paulo. Cravo Albin informa
que Zan teve cerca de mil músicas gravadas em sua bem sucedida carreira e 36 foram
gravadas por cantores de outros países. Entre os seus muitos sucessos
destacam-se o “Hino do Quarto Centenário” (com J. M. Alves), “Chalana” (com Arlindo
Pinto) “Meu primeiro beijo” (com Cláudio de Barros), “Iracema” e “Capricho
Cigano”. “Festa na Roça” continua fazendo sucesso, pois de acordo com pesquisa
do ECAD é a mais tocada em festas juninas pelo Brasil afora. Zan participou de
dois filmes - “Tristeza do Jeca” (1960) de Milton Amaral, e "Casinha
pequenina" (1963), de Glauco Mirko Laurelli. Zan morreu em
São Paulo em 2006 e seu corpo foi velado na Assembleia Legislativa.
(J. M. Alves, português, radicado no Brasil em 1929, ingressou na Banda da Força Pública, onde se aposentou como capitão. É de sua autoria entre muitas outras composições a "Canção de Natal", a valsa "Mãe, rainha do lar", a marcha "Tomara que caia" e o samba "Não quero amar".)
Fotos: Edifício Itália (Centro) e Edifício da Fiesp (Avenida Paulista). H.A.
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