Caminhar é um prazer para mim. Sempre fui para a escola a pé; um costume que só mudou no período do colegial (bonde) e da faculdade (trólebus), que eram longe de casa. Vivíamos em Santos. O automóvel não teve uma participação muito grande em minha vida. Quando mudei para São Paulo, desisti do carro por causa do trânsito e da configuração difícil da cidade. Anos depois, já familiarizada com São Paulo, voltei a dirigir até que me aposentei e me livrei do carro. Na rua em que moro há três linhas de ônibus que atendem às minhas necessidades e há um ponto de táxi ao lado do prédio para eventualidades. Na aposentadoria, resolvi explorar a cidade de São Paulo caminhando, mas sem dispensar ônibus, metrô e trem, quando necessário, mas no último ano restringi minhas caminhadas ao bairro em que moro, ousando o metrô às vezes para ir um pouco mais longe por algum motivo importante. Faz mais de um ano que não uso ônibus.
Andei muito por Paris, Londres, Amsterdam, Nova York, Washington D. C. e Honolulu sem me cansar. Em todas usei transporte público quando o que me atraia era mais distante.
Tudo isso me ocorre porque comprei o livro “Cidade Caminhável”, de Jeff Speck, e no mesmo dia em que recebi a publicação, ganhei de um amigo o livro “Encantadoras Cidades Brasileiras: as pujantes economias alavancadas pela visitabilidade”, de Victor Mirshawka. Speck é um urbanista americano e Mirshawka, engenheiro e mestre em estatística brasileiro. Folheei os dois livros antes de começar a leitura e descobri que têm muito em comum. Na verdade se completam, à medida que o americano desenvolve uma Teoria Geral Da Caminhabilidade, Mirshawka faz uma análise de quinze cidades brasileiras encantadoras, na opinião dele, a partir de suas histórias até as experiências administrativas de sucesso.
Decidi que vou alternar a leitura dos dois.
Foto: Praça Navona: Fontana del Moro, criada por Giacomo della Porta e desenvolvida por Bernini. Roma, 2011.
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