Na
minha infância, nozes, amêndoas, avelãs e castanhas faziam parte da mesa
natalina. Minhas preferidas são as castanhas. Como sou um bicho urbano cresci sem
me preocupar da origem dos alimentos até que um dia lendo Monteiro Lobato um
personagem, não lembro mais qual – talvez Dona Benta, dizia às crianças que as azeitonas,
frutos das oliveiras, não nasciam do jeito que eram servidas à mesa. Que
surpresa! Assim, descobri a salmoura! Passei grande parte da vida saboreando
castanhas portuguesas e nunca me preocupei em saber mais sobre o fruto até que
um dia, ao sair do Jardim Botânico de Madri, onde fora ver uma exposição sobre
arte e tecnologia, algo caiu na minha cabeça. Olhei para o chão e lá estava ela
– foi a primeira vez que via a castanha em seu habitat.
Hoje
ao olhar as nozes lembrei-me da minha ignorância sobre o fruto e fui pesquisar
(viva o Google), aproveitando para incluir avelãs. Fique, pois sabendo, que as
nogueiras podem viver até 300 anos. São árvores altas que atingem até 25m de
altura, se dão bem no frio; a florada começa na primavera do Hemisfério Norte (abril/maio),
entre maior e junho surge o fruto carnudo e de cor verde que vai escurecendo e
se desfaz, liberando a noz por volta de setembro e outubro, quando é feita a
colheita. O nome científico Juglans regia é uma referência a Júpiter, rei
dos deuses da mitologia romana.
A
árvore pode ter função ornamental; o setor industrial descobriu que o fruto fica
ótimo se misturado ao chocolate; folhas, casca e frutos têm propriedades
adstringentes e anti-inflamatórias, sem contar que o óleo é usado em
cosméticos. Estas são apenas algumas propriedades da aveleira, árvore cultivada
na Europa e na Ásia Central. A
floração ocorre no inverno, entre dezembro e março e a colheita, no outono.
O trio avelãs, castanhas e nozes é herança portuguesa, com certeza.
Nozes.
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