Uma
das definições para tradição é “conjunto de ideias e valores culturais, morais
e espirituais transmitido de geração em geração”. Para começar não sou
saudosista e aprecio muito as novidades tecnológicas. Nessa época do ano
repleta de tradições, percebe-se que muitas estão desaparecendo tanto pela
inclusão cada vez maior da mulher no mundo do trabalho quanto pelas novas
tecnologias, mas especialmente, porque o Natal se tornou uma festa comercial –
é a principal data para o comércio brasileiro, pois movimenta praticamente
todos os setores da economia (brinquedos, vestuário, alimentos, eletrônicos
etc.).
Até
meados do século passado, apenas as crianças recebiam presentes e, numa
sociedade cada vez mais consumista, as pessoas são compelidas a comprar
presentes para família, amigos e agregados. Os brinquedos de antigamente estão
fora de moda – constatei o fato quando participei do programa “Papai Noel dos
Correios” em que a maioria dos pedidos das crianças era de coisas digitais cuja
existência eu ignorava.
Os
cartões de Natal sumiram (assim como a maioria das papelarias onde eram
vendidos), contudo os digitais são muito bonitos e ainda incluem música. Os
fornecedores costumavam agradar os clientes com calendários (folhinhas) ou
alguma coisa simples do estoque. Atualmente, nem boas festas desejam. Tudo
impessoal – autoatendimento substitui funcionários. Quem pode encomenda a ceia
e muita gente a descarta da programação; há quem troque por uma viagem ou,
simplesmente, mantém a rotina. Ir à missa do galo não é mais preciso porque a
televisão transmite.
Já
li em muitas publicações que nesta época faz parte da tradição assistir ao balé
“Quebra-nozes”, de Tchaikovsky – há várias versões disponíveis no YouTube.
Outra tradição é o filme “A Felicidade não se compra” (1946), vencedor do Globo
de Ouro daquele ano. Dirigido por Frank Capra (1897-1991), um dos mais
conceituados diretores de cinema e vencedor de três Oscar, o filme é estrelado
por James Stewart e Donna Reed. Eu assisti e detesto – um dos motivos é a
manipulação a que o personagem principal sofre para desistir de seus planos
pessoais.
Enfim,
são apenas reminiscências. Voltar no tempo? Nem pensar. Cada época tem seus
encantos e desencantos. As novas gerações terão suas lembranças e criarão novas
tradições.
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