sábado, 23 de dezembro de 2023

TRADIÇÕES E DESUSOS

Uma das definições para tradição é “conjunto de ideias e valores culturais, morais e espirituais transmitido de geração em geração”. Para começar não sou saudosista e aprecio muito as novidades tecnológicas. Nessa época do ano repleta de tradições, percebe-se que muitas estão desaparecendo tanto pela inclusão cada vez maior da mulher no mundo do trabalho quanto pelas novas tecnologias, mas especialmente, porque o Natal se tornou uma festa comercial – é a principal data para o comércio brasileiro, pois movimenta praticamente todos os setores da economia (brinquedos, vestuário, alimentos, eletrônicos etc.).

Até meados do século passado, apenas as crianças recebiam presentes e, numa sociedade cada vez mais consumista, as pessoas são compelidas a comprar presentes para família, amigos e agregados. Os brinquedos de antigamente estão fora de moda – constatei o fato quando participei do programa “Papai Noel dos Correios” em que a maioria dos pedidos das crianças era de coisas digitais cuja existência eu ignorava.   

Os cartões de Natal sumiram (assim como a maioria das papelarias onde eram vendidos), contudo os digitais são muito bonitos e ainda incluem música. Os fornecedores costumavam agradar os clientes com calendários (folhinhas) ou alguma coisa simples do estoque. Atualmente, nem boas festas desejam. Tudo impessoal – autoatendimento substitui funcionários. Quem pode encomenda a ceia e muita gente a descarta da programação; há quem troque por uma viagem ou, simplesmente, mantém a rotina. Ir à missa do galo não é mais preciso porque a televisão transmite.

Já li em muitas publicações que nesta época faz parte da tradição assistir ao balé “Quebra-nozes”, de Tchaikovsky – há várias versões disponíveis no YouTube. Outra tradição é o filme “A Felicidade não se compra” (1946), vencedor do Globo de Ouro daquele ano. Dirigido por Frank Capra (1897-1991), um dos mais conceituados diretores de cinema e vencedor de três Oscar, o filme é estrelado por James Stewart e Donna Reed. Eu assisti e detesto – um dos motivos é a manipulação a que o personagem principal sofre para desistir de seus planos pessoais.

Enfim, são apenas reminiscências. Voltar no tempo? Nem pensar. Cada época tem seus encantos e desencantos. As novas gerações terão suas lembranças e criarão novas tradições. 



https://www.youtube.com/watch?v=8JtA03KfKas



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