sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

A BRAZ CUBAS COM CARINHO.



Santos, 472 anos.

Os primeiros anos da vida marcam nossa jornada. É a fase das sensações desconhecidas, das descobertas, do aprendizado. Família em primeiro lugar. Depois, o local em que crescemos. Ao olhar para trás percebo que Santos (SP) é o meu lugar. As primeiras lembranças? Os sinos da catedral ou da capela do Monte Serrat. A sirene de A Tribuna ao meio-dia. Os apitos de navios entrando ou saindo do porto. O trepidar dos bondes que passavam em frente a minha casa. Os verões causticantes. A figueira e a nespereira do quintal. O perfume do café torrado que envolvia o centro da cidade. Nos dias chuvosos, o aroma da maresia que se espalha pela orla juntando-se ao cheiro de terra emanado dos jardins... Abrir as janelas para uma rua movimentada e admirar os belos e imponentes casarão branco em meio a um grande jardim de uma entidade feminina e o prédio do Real Centro Português. Havia ao lado o sobrado misterioso, que levaria muito tempo para eu entender. O sagrado e o profano passavam sob aquelas janelas: blocos no Carnaval e procissões em dias santos. Durante a semana havia sempre o burburinho de gente indo e vindo para o trabalho. Aos domingos, tranquilidade. Seu Luciano, estivador português, colocava a cadeira do lado do portão com o encosto para frente onde apoiava os braços e ficava a observar o mundo. Nos jardins da casa branca, o caseiro tocava cavaquinho cercado pelas filhas. Dona Santinha, o marido e o filho saíam no carro antigo para os passeios. O dentista e a família quase não eram vistos. A rua já perdera quase todos os moradores. Visita esperada de minha melhor amiga para brincarmos. Durante a semana pela mão de minha tia Odete ia e voltava da escola e gostava de ver o monumento do soldado no meio da praça, rodeada pela catedral e pelo Teatro Coliseu, onde minha avó me levou uma vez para assistir a um espetáculo de balé de Décio Stuart. Aprendi com minha avó a apreciar os passeios pelo centro da cidade, fazendo compras e conversando com amigos e conhecidos que ela encontrava, enquanto eu ficava por perto ouvindo histórias... Santos, entre as décadas de 1940 e 1950.
  Fotos: Hilda Araújo. De cima para baixo a partir da esquerda:
Capela do Monte Serrat, o bonde amigo, o leão dos jardins da praia, monumento "Filhos dos Bandeirantes" da Praça José Bonifácio, prédio do Corpo de Bombeiros, atual sede da Câmara de Vereadores,
Obs.: fotografo apenas para me divertir, sem pretensões profissionais.




Teatro Coliseu, a catedral e o fórum vistos da biblioteca da Humanitária.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

SÃO PAULO, QUE TERRA BOA...




Blaise Cendrars (1887-1961): escritor e poeta suíço, viajante inveterado, visitou o Brasil em 1922, apaixonou-se pelo país e pelos modernistas. E fez esta declaração de amor à cidade que hoje comemora 464 anos: 

São Paulo
Adoro esta cidade
São Paulo é conforme meu coração
Aqui nenhuma tradição
Nenhum preconceito
Nem antigo nem moderno
Contam apenas esse apetite furioso essa confiança absoluta esse otimismo essa audácia esse trabalho esse labor essa especulação que fazem construir dez casas por hora de todos os estilos ridículos grotescos belos grandes pequenos norte sul egípcio ianque cubista
Sem outra preocupação além de seguir as estatísticas prever o futuro o conforto a utilidade a mais-valia e atrair uma grande imigração
Todos os países
Todos os povos
Amo isso
As duas três velhas casas portuguesas que restam são azulejos azuis
Tradução: Antonio Cícero.

Fotos: Hilda Araújo. Obs.: fotografo apenas para me divertir, sem pretensões profissionais. 



   
 

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

TRÊS CIDADES, TRÊS MULHERES.

Guanabara enfeita a entrada do prédio da Prefeitura de São Paulo – edifício Matarazzo, no Anhangabaú. A escultura em granito é de autoria de João Batista Ferri (1896-1976). Foi encomendada pelo prefeito Prestes Maia e colocada nas proximidades da Ladeira Falcão Filho; entretanto, mudou algumas vezes de lugar até ganhar endereço fixo. Obra de 1941.




















A Mulher com ânfora adorna a Praça Pio X, no centro do Rio de Janeiro, bem em frente à Igreja Nossa Senhora da Candelária. O sagrado e o profano mais uma vez. O autor da escultura em bronze é o paulista Humberto Cozzo (1900-1981). Obra de 1944. Considero a mais bela das três. 


Ao contrário dos cariocas, o puritanismo em Santos baniu a Ninfa (ou Náiade) da Praça José Bonifácio em 1958, afinal onde já se viu uma mulher nua em frente a uma igreja? E assim a escultura foi para o Orquidário de Santos, onde pode ser admirada à vontade. Fico devendo autor e data.


terça-feira, 23 de janeiro de 2018

MARTINELLI E O JEITO ÍTALO-BRASILEIRO.


O Banespa ao fundo com a bandeira no topo e à direita o Martinelli, vistos da Praça do Correio. Foto: H. Araújo, 2018.

A beleza e a elegância do Edifício Martinelli venceram as barreiras do tempo. O imigrante italiano Giuseppe Martinelli (1879-1946) decidiu presentear São Paulo com o mais alto arranha-céu da America do Sul como agradecimento à oportunidade de trabalho e sucesso, que a cidade lhe propiciou ao longo de duas décadas. Ele era proprietário da Lloyd Nacional, na época dona de vinte e dois navios. A notícia de que o arranha-céu do Comendador Martinelli teria doze andares causou um frisson geral, afinal em 1922 os poucos prédios altos da cidade tinham cinco andares. O local escolhido era dos mais nobres da Capital: o terreno da Avenida São João entre as ruas São Bento e Libero Badaró. O arquiteto húngaro William Fillinger, da Academia de Belas Artes de Viena, fez o projeto e os detalhes da fachada foram desenhados pelos irmãos Lacombe; o cimento da construção foi importado da Noruega e da Suécia; noventa artesãos italianos e espanhóis cuidaram do acabamento. A inauguração do edifício aconteceu em 1929 com os doze andares previstos, mas inacabado porque Martinelli almejava concluir o prédio com trinta andares. Após muita polêmica e até o embargo da obra por não ter licença e infringir leis municipais, uma pendenga na justiça e muita politicalha, a questão foi parar nas mãos de uma comissão técnica que limitou a altura do Martinelli a 25 andares. O comendador não desistiu dos 30 andares e no estilo (ou jeito) ítalo-brasileiro, quando chegou ao 25º, usou o topo para construir a casa da família com cinco andares. Em 1934 o prédio de 150 metros de altura estava concluído. Um luxo único na cidade. O embasamento revestido de granito vermelho; o corpo pintado em três tons de rosa e recoberto de massa cor-de-rosa – uma mistura de vidro moído, cristal de rocha, areia pura e pó de mica, o que fazia a fachada cintilar à noite. Oswald de Andrade apelidou-o de “bolo de noiva”.  

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

PASSEIOS PAULISTANOS


Liceu de Artes e Ofícios foi criado em 1873. A instituição foi reformulada em 1890, quando Francisco Paula Ramos de Azevedo assumiu a direção da instituição. Com o sucesso do Liceu, o escritório de Ramos de Azevedo iniciou o projeto da sede própria que abrigaria tanto o Liceu de Artes e Ofícios como a Pinacoteca, criada em 1905 pelo governo do Estado de São Paulo. Com um acervo de dez mil obras, especialmente nacionais, a Pinacoteca recebe cerca de 500 mil visitantes por ano. Praça da Luz, 2 (Estação da Luz). Foto: vista da Avenida Tiradentes.

Foto: janeiro, 2018.
Vista do edifício Martinelli, 2010.



Palácio dos Correios de São Paulo no Vale do Anhangabaú, inaugurado em 20 de outubro 1922, sede da Agência Central dos Correios e Telégrafos. Obra do escritório de Ramos de Azevedo, o prédio em estilo eclético tem 15 mil metros quadrados de área construída e domina a Praça Pedro Lessa, popularmente conhecida como Praça do Correio. Em 1970 a ECT transferiu-se para a Vila Leopoldina e em 2012 o imóvel foi tombado. Há cerca de cinco anos, após restauro, foi implantado o projeto Centro Cultural Correios. Fotos
Fotos: Hilda Araújo.


Vila Mariana: as chaminés
representaram a força industrial
de São Paulo. 



domingo, 21 de janeiro de 2018


O CHAFARIZ, O TREM E A ACADEMIA. 

LARGO DA MEMÓRIA monumento mais antigo da cidade. Em 1814, com a abertura da estrada do Piques, ligando a cidade ao interior, foi construído o largo com um chafariz e um obelisco. Obra do engenheiro Daniel Pedro Muller. A ferrovia mudou o fluxo dos transportes da cidade. Em 1872, o chafariz foi removido. O local foi reformado em 1919 e o projeto assinado por Victor Dubugras (arquiteto) e o José Wasth Rodrigues (artista plástico) introduziram um novo chafariz e acrescentaram um pórtico de azulejos com cena do largo antigo. Tombado pelo (Condephaat) em 1975. Infelizmente, encontra-se pixado.

ACADEMIA DE DIREITO do Largo de São Francisco, criada em 11 de agosto de 1827, junto com a Faculdade de Direito de Pernambuco. Começou a funcionar nas instalações do Convento de São Francisco. A primeira aula do curso jurídico, como se chamava então, foi no dia 1º de março de 1828. A cidade de São Paulo mudou com a academia: atraiu jovens de várias regiões do país e ganhou e, como diz Renato Pompeu de Toledo, “algum tipo de vida intelectual”. Daquela época só existem as igrejas da Ordem Terceira e do Convento de São Francisco de Assis. O prédio atual da Faculdade de Direito da USP, tombado pelo Patrimônio Histórico do Estado de São Paulo, é da década de 1930. Projeto de Ricardo Severo. Estilo eclético. 









A Ferrovia: novo impulso para a cidade. O prédio da Estação da Luz, um dos cartões postais de São Paulo, data de 1901, entretanto, o sistema ferroviário de São Paulo começou a ser implantado em 1860: a primeira estaca foi colocada junto ao cais do Valongo e convento de São Francisco em Santos em 15 de maio daquele ano. 

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

SÃO PAULO E RIO DE JANEIRO
Pintores viajantes

Pátio do Colégio, século XIX:  "Palácio do Governo em São Paulo", 1817,
 do austríaco Thomas Ender (1793-1875). 


Pátio do Colégio reconstruído em 1954. (Foto: H. Araújo.)

Obra do francês Alfred de Martinet (1821-1875). 
Dia encoberto, novembro, 2015.


quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

CATEDRAL DE SÃO SEBASTIÃO DO RIO DE JANEIRO
        
         Nova – ainda vai completar 39 anos – e moderna, a Catedral Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro fica no Centro. O arquiteto Edgar de Oliveira da Fonseca, que assina o projeto, inspirou-se na pirâmide maia de Chichén Itzá (México), embora tenha preferido fazê-la circular e cônica. O prédio mede 106m de diâmetro, 75m de altura externa e 64 m de altura interna. A porta principal, revestida com 48 placas de bronze em baixo-relevo com temas alusivos à fé, tem 18m. O projeto e a execução da obra foram coordenados pelo padre Ivo Antônio Calliari (1918-2005).
         O interior da catedral foi projetado pelo padre Paulo Lachen Maier. Quatro vitrais estão colocados na direção dos pontos cardeais e dessa forma a luz varia à medida que o dia passa. Os temas são as características da Igreja – una, santa, católica e apostólica. Esculturas do paulista Humberto Cozzi adornam o templo enquanto dois candelabros de autoria do paulista Nicola Zanotto encontram-se na Capela do Santíssimo, atrás da sacristia.   
        Chama atenção o carro andor de 1922 usado atualmente nas procissões de Corpus Christi. No subsolo funciona o Museu de Arte Sacra, onde se encontram a pia usada para batizar os príncipes da Família Real, a estátua de Nossa Senhora do Rosário, o trono de D. Pedro II e a Rosa de Ouro concedida à Princesa Isabel pelo Papa Leão XIII pela abolição da escravatura no Brasil.
O campanário em concreto aparente, inaugurado em 1985, fica na parte externa da igreja.
Endereço: Avenida Chile, 245 – Centro.
(Foto: Hilda P. Araújo, 2015)
CATEDRAL METROPOLITANA DE SÃO PAULO

A Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Assunção de São Paulo domina a Praça da Sé, marco zero de São Paulo. Foi inaugurada ainda sem as torres em 1954, ano do quarto centenário de fundação da cidade. As obras haviam começado em 1912, mas sofreram atrasos por falta de recursos e pelas duas guerras mundiais (1914-1918 e 1939-1945) que impediram a importação do material de construção. A igreja ficou pronta em 1967. 
O projeto é do alemão Maximilian Emil Hehl (1861-1916), responsável também pela Catedral de Santos, ambas em estilo eclético (combinação de várias tendências arquitetônicas), com predominância do neogótico. Ela mede 111m de comprimento, por 45m de largura e 65m de altura (com exceção das torres).
Os belos vitrais nacionais foram executados pela Casa Conrado enquanto os europeus são assinados por artistas como o francês Max Ingrand (1908-1969). O carrilhão, localizado nas torres, compõe-se de 61 sinos – 35 acionados eletronicamente. O órgão confeccionado na Itália é o maior da América do Sul: tem cinco teclados manuais e 12 mil tubos com entalhes a mão. Os altares de Santana e de São Paulo também são obras de artistas italianos; para a pia batismal foi usado mármore de Siena. Na cripta, encontram-se os restos mortais do cacique Tibiriçá, dos padres Manuel da Nóbrega e José de Anchieta e do Padre Diogo Antonio Feijó (1784-1843), regente do Império.

A primeira igreja matriz de São Paulo de Piratininga começou a funcionar em 1612. Era uma antiga reivindicação dos moradores; a permissão real foi concedida em 1591 e a obra começou em 1598. Em 1745 São Paulo tornou-se sede da Episcopal e a igreja foi demolida e substituída por outra em estilo barroco que funcionou de 1764 até 1911, quando também foi demolida. D. Dom Duarte Leopoldo e Silva (1867-1938), primeiro arcebispo de São Paulo, teve a iniciativa da construção da nova catedral.
Endereço: Praça da Sé, Centro.
(Foto: Hilda P. Araújo, 2014.)

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

PAÇO IMPERIAL: 275 ANOS


Sábado próximo não é aniversário de fundação do Rio de Janeiro, mas dia do santo padroeiro da cidade que o carioca comemora também com feriado. Uma das construções mais antigas do Rio de Janeiro é o Paço, casa de governo que ficou pronta em 1743. O local escolhido foi o Largo do Polé (Praça XV). O projeto original de autoria do engenheiro militar português José Fernandes Pinto Alboim tinha apenas um andar e a entrada principal era voltada para a praia de Nossa Senhora do Ó; a face norte abria-se para o chafariz e os fundos davam para a Casa da Câmara e Cadeia (substituída pelo Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). Em 1790, quando o conde de Rezende, almirante José Luís de Castro, quinto vice-rei do Brasil, chegou ao Rio, mandou construir o segundo andar do Paço. Com a obra concluída o palácio (um nome enganador) ganhou 125 janelas!

Com a chegada da família imperial em 1808, o modesto Paço tornou-se sede do governo português, ganhou uma sala do trono e outra para a cerimônia do beija mão. Em abril de 1821, D. João VI retornou a Portugal deixando no Brasil como regente o filho D. Pedro – que meses depois, ali no Paço, proferiu o discurso que marcou o futuro da nação: "Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto! Digam ao povo que fico”. Ficou, deu a independência ao Brasil e continuou no mesmo endereço que desde então se tornou o Paço Imperial. No Paço, funciona, atualmente, um Centro Cultural que promove exposições de arte, mantém a Biblioteca Paulo Santos, livraria e loja. Entrada gratuita.
(Adaptação de texto original de novembro de 2015. Fotos: Hilda Prado Araújo)

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

RIO DE JANEIRO


“Rainha das Províncias e o Empório das riquezas do mundo”

        O francês chegou, gostou do que viu e, depois de um papo com os tupinambás, inimigos dos portugueses que mantinham à distância, considerou boa a oportunidade de instalação de uma extensão da França nos trópicos, ali na baía da Guanabara. Nicolas-Durand de Villegagnon (1510-1571), diplomata e oficial naval, voltou para a terra natal e convenceu o rei Henri II do projeto de fundar a França Antártica. Com as bênçãos do rei, organizou a expedição: três naus fortemente armadas, um grupo de 290 colonos e, naturalmente, o almirante Gaspard de Coligny (1519-1572) para dar suporte à empreitada. No bolso, o plano de chamar de Henriville a esse núcleo tropical da França. 
Jean de Léry, membro da expedição, escreveu que “(...) Villegagnon prometeu a alguns honrados personagens que o acompanharam, fundar um puro serviço de Deus no lugar em que se estabelecesse. E depois de aliciar os marinheiros e artesãos necessários, partiu em Maio de 1555, chegando ao Brasil em novembro, após muitas tormentas e toda a espécie de dificuldades.” O grupo se instalou na ilha de Serigipe e imediatamente começou a construção do forte ao qual Villegagnon denominou “Forte Coligny” – ah! o irreprimível o lado bajulador dele.
Ilha de Villegagnon: Louis Le Breton (1818-1866), obra de 1848.
O sonho da França Antártica durou menos de doze anos. Em 1560, na ausência de Villegagon (um sobrinho dele o substituiu), houve o primeiro confronto entre portugueses, franceses e selvícolas divididos entre um e outro invasor. O forte foi destruído, mas os portugueses e seus aliados recuaram e os franceses retomaram suas posições. Para encurtar a história, o governador geral do Brasil Mem de Sá resolveu por um ponto final na encrenca e encarregou da missão o sobrinho dele, Estácio de Sá (1520-1567).
Depois de várias vitórias contra os franceses, Estacio de Sá se instalou entre o Morro Cara de Cão e o Pão de Açúcar e, no dia 1º de março de 1567, conclamou: “Levantemos essa Cidade que ficará por memória do nosso heroísmo, e de exemplo de valor às vindouras gerações, para ser a Rainha das Províncias e o Empório das riquezas do mundo”. Assim, ele fundava a cidade São Sebastião do Rio de Janeiro. O nome homenageava o rei D. Sebastião (1554-1578) e o santo, embora nem fosse o dia dele. Para quem gosta de curiosidades, Estacio de Sá morreu no dia de São Sebastião, 20 de janeiro, vítima de uma flechada.
Foi desse modo que escapamos de termos uma cidade chamada Henriville! O local da fundação do Rio de Janeiro, na Urca, faz parte do complexo histórico da Fortaleza de São João, sede do Centro de Capacitação Física do Exército e, portanto, visitas devem ser agendadas. A ilha de Serigipe hoje se chama Villegagnon e no lugar do Forte Coligny foi construída em 1695 a Fortaleza de São Francisco Xavier ou Nossa Senhora da Conceição de Villegagnon. 

Vista da Igreja da Glória. Painel atribuído ao pintor e arquiteto carioca Leandro Joaquim (1738-1798). A igreja foi concluída em 1730. Museu de História Nacional.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

SANTOS
O engenho, o porto e o hospital.

         Santos arranca suspiros dos visitantes e continua sendo a referência de todos os que nasceram ou um dia moraram por lá. Está situada numa ilha disfarçada – a ilha de São Vicente, tão próxima do continente que muita gente nem percebe a configuração. Aliás, divide a ilha com o município mais antigo do Brasil, São Vicente.
         Em 1532 Braz Cubas (1507-1592) acompanhou o amigo Martim Afonso de Sousa na expedição para o Brasil e se instalou na vila de São Vicente, recentemente criada, onde logo demonstrou sua capacidade de empreendedor. Entre as missões atribuídas pelo rei a Martim Afonso uma era iniciar o cultivo da cana-de-açúcar no Brasil e, assim, depois de declarar São Vicente vila, ele tratou de mandar plantar cana e construir um engenho no sopé de um dos morros da ilha; portanto “(...) foi na vila de São Vicente onde se fabricou o primeiro açúcar no Brasil”, segundo escreveu Padre Simão Vasconcelos (1597-1671).
         Foram construídos vários engenhos. O Engenho do Governador era propriedade de Martim Afonso, Pero Lopes de Sousa, Francisco Lobo e Vicente Gonçalves e mais tarde juntou-se a eles Johan Van Hielst ou João Vaniste. O prédio é de 1534. A sociedade se desfez com a partida de Martim Afonso para as Índias, mas Vaniste prosseguiu com o engenho até vendê-lo para Erasmos Schetz de Antuérpia. Enfim, o engenho passou a ser chamado de engenho “dos Erasmos”. 
         Enquanto isso Brás Cubas percebeu os benefícios do estabelecimento de um porto abrigado com acesso mais fácil para o planalto e, com um grupo de colonos, junto a um outeiro, fundou em 1543 uma vila, um hospital nos mesmos moldes das santas casas de Portugal e uma igreja que dedicaram à Santa Catarina, que acabou nomeando o outeiro. Como era 1º de novembro o hospital ganhou o nome de Santa Casa da Misericórdia de Todos os Santos, o primeiro hospital do Brasil, e sua forma reduzida acabou nomeando a nova vila – Santos.
         À medida que o tempo passava a vila de Santos foi ganhando importância por causa da qualidade do porto e a existência de um hospital também deve ter influenciado, pois no século XVI, após as longas viagens transoceânicas, marinheiros, colonos e viajantes frequentemente precisavam de assistência. Brás Cubas foi realmente um homem de visão: no século XXI, o porto é um dos maiores da América do Sul e a Santa Casa sobrevive aos trancos e barrancos cumprindo o seu papel. A Igreja de Santa Catarina soçobrou faz tempo. No outeiro, o italiano Antonio Eboli construiu em 1800 um castelinho de gosto duvidoso que, felizmente, continua enfeitando a Rua Visconde do Rio Branco.
Martim Afonso de Sousa deixou uma herança inestimável para a cidade. O engenho funcionou até meados do século XVIII, produzindo cana para exportação, e rapadura e aguardente para o consumo interno. Ao visitar o local atualmente é difícil imaginar que havia ali “[...] uma casa muito grande com seis lanços, uma senzala com uma ferraria provida de baluartes e ainda duas casas cobertas de telhas, muito boas e fortes”. Havia também uma capela dedicada a São Jorge – daí São dos Erasmos. O Monumento Nacional Ruínas Engenho São Jorge dos Erasmos é o testemunho físico mais antigo da colonização portuguesa no Brasil. Foi tombado em 1955 e integrado à Faculdade de Ciências e Letras (atual Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) da Universidade de São Paulo. A doação para a USP concretizou-se em 31 de janeiro de 1958. 
     
Visitas monitoradas: agendamento pelo telefone (13) 3229-2703 ou e-mail resjesantos@gmail.com
Rua. Alan Ciber Pinto, 96. Vila São Jorge, Santos.  

Engenho São Jorge dos Erasmos. Foto: H. A., 2009. 

Santa Casa de Santos: o quarto prédio do hospital mais antigo do Brasil foi inaugurado em 1945.Foto: H.A., 2017.


terça-feira, 9 de janeiro de 2018

FOTOGRAFIAS ANTIGAS




S. Vicente, Santos, São Paulo e Rio de Janeiro

Graças ao trabalho dos fotógrafos Militão Augusto de Azevedo (1837-1905) e Marc Ferrez (1843-1923) podemos observar a formação das cidades de Santos, São Paulo e Rio de Janeiro e observar o processo predatório de ocupação urbana ao longo dos anos. Nada contra o desenvolvimento das cidades, o problema é a falta de planejamento a longo prazo que tem um alto custo social. 
As fotografias de Azevedo e Ferrez fazem parte dos acervos do Museu Paulista da Universidade de São Paulo, Instituto Moreira Salles e Instituto Marc Ferrez. Difícil encontrar fotos antigas de São Vicente, mas ficou o registro da "Revista da Semana" do Jornal do Brasil de janeiro de 1902 (Novo Milênio). 

SÃO VICENTE
Rua XV de Novembro, janeiro de 1902. Revista da Semana, Jornal do Brasil.

SANTOS 
Porto de Santos e parte do Centro da cidade em 1865. Foto: Militão Augusto de Azevedo.

SÃO PAULO
Viaduto do Chá em 1895. Foto: Marc Ferrez.

RIO DE JANEIRO 
Vista de Botafogo, Rio de Janeiro. Foto: Marc Ferrez, c. 1880. 


Os fotógrafos.
Militão Augusto de Azevedo (1837-1905) era carioca, mas foi em São Paulo que se interessou por fotografia e iniciou um trabalho único ao acompanhar o desenvolvimento urbano da cidade. “"Estou fazendo um trabalho que julgo muito importante, mas talvez pouco rendoso. É um álbum comparativo de S. Paulo antigo e moderno. Tenho os clichês de 1862 e estou fazendo os comparativos atuais" – escreveu ele ao editor francês Anatole Garraux em 21 de janeiro de 1887. Militão Augusto de Azevedo. Fez também o Álbum de Vistas da Cidade de Santos (1864-1865).
Marc Ferrez (1865-1918) nasceu e morreu no Rio de Janeiro e, como Militão Augusto de Azevedo, preferiu registrar as paisagens e as cidades brasileiras a fazer retratos, tornando-se o mais importante fotografo brasileiro de sua época. Participou da expedição chefiada por Charles Frederick Hartt (1840-1878) financiada pela Comissão Geológica do Império e que percorreu Bahia, Pernambuco, Alagoas e parte da região amazônica. Foi também fotógrafo da Marinha Imperial brasileira. 

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

QUATRO CIDADES E TRÊS PINTORES
São Vicente, Santos, São Paulo e Rio de Janeiro.

Baía de São Vicente, tela de Benedito Calixto. Pinacoteca do Estado de São Paulo.

Valongo, Santos (s/d). Obra de Benedito Calixto. Coleção particular.

“Panorama da cidade de São Paulo, vista do rio Tamanduateí”, 1822. Aquarela de Armand Pallière (1784-1862). Coleção particular.

Baía do Rio de Janeiro, vista do terraço do convento de Santo
Antônio, obra de Nicolas-Antoine Taunay (1755-1830). 

OS PINTORES
Benedito Calixto deixou vasta obra sobre fatos e figuras históricas e paisagens brasileiras. Nasceu em Itanhaém e morreu em São Vicente.

Armand Pallière, francês de Bordeaux, veio para o Brasil em 1817 e realizou vários trabalhos no Rio, São Paulo e Minas por encomenda de D. João. Voltou para a Europa em 1830.

Nicolas-Antoine Taunay nasceu em Paris (França) e veio para o Brasil com a Missão Francesa em 1816 e retornou para a França em 1821. É bisavô do historiador Afonso D’Escragnolle Taunay. 

domingo, 7 de janeiro de 2018

SÃO VICENTE, CELLULA MATER



         No dia 22 de janeiro, São Vicente completa 482 anos. A Cellula Mater da Nacionalidade tem alguns vestígios dos tempos da colonização. Exibe para os visitantes uma bela orla marítima, um centro simpático, se orgulha muito da centenária Ponte Pênsil, conta com um ativo Instituto Histórico e Geográfico que ocupa uma bela mansão do início do século XX, dispõe de um teleférico que liga a praia de Itararé ao Morro do Voturuá (700m de extensão) e agora seus moradores desfrutam de um moderno VLT – Veículo Leve sobre Trilho para se locomover entre sua cidade e Santos.

Entre os vestígios dos tempos da colonização está a Casa de Martim Afonso, uma construção de pedra, onde o português morou entre 1532 e 1533. (Na verdade, uma parte dela, pois o resto foi reconstruído.) O prédio atual preserva também parte da primeira parede em alvenaria erguida no Brasil. A Casa de Martim Afonso é considerada Marco Zero do Brasil. (Praça 22 de Janeiro, 469, Centro. Abre de terça a domingo das 9 às 17h.)
A Igreja Matriz dos tempos do fundador era junto à praia e foi destruída por um maremoto em 1542 e um novo templo foi erguido em locai mais abrigado; contudo, mais uma vez a destruição veio do mar, mas desta vez tratava-se de piratas que atacaram a cidade. Nova igreja foi erguida em 1757 a partir das ruínas da segunda construção e continua firme há 260 anos. A Matriz passou por restauro em 2006. (Praça João Pessoa, Centro.)
Outro local histórico é a Biquinha de Anchieta, que remonta a 1553, e foi uma das principais fontes de abastecimento de água da população de São Vicente durante séculos. Ela fica na Praça 22 de Janeiro, onde há um parque de 8.170m² de áreas verdes, com monumentos e equipamentos de lazer.
O Marco Padrão é o monumento comemorativo dos 400 anos de fundação da cidade de São Vicente – mas só ficou pronto no 401º aniversário da cidade. Ele foi oferecido pela colônia portuguesa de Santos e São Vicente e colocado sobre uma ilhota conhecida como Pedra do Mato. Já o Memorial dos 500 Anos da descoberta do Brasil fica no alto da Ilha Porchat (detalhe: há muito tempo ela não é mais uma ilha) e oferece uma das mais belas vistas das praias da Ilha de São Vicente, com a Ilha de Santo Amaro na ponta extrema. O memorial tem assinatura do arquiteto Oscar Niemeyer. (Praia do Gonzaguinha)
            A cidade tem várias praias. A principal é a de Itararé que tem 2.400 metros de extensão desde a ilha Porchat até a Urubuqueçaba em Santos. Ao longo da praia há um jardim com árvores nativas de Mata Atlântica e os frequentadores dispõem de calçadão iluminado e um complexo de lazer. A praia é ligada ao Morro do Voturuá por um teleférico usado por turistas e praticantes de voo livre. Pequena (200m de extensão) e tranquila é a praia dos Milionários, situada junto às pedras da Ilha Porchat. Antigamente, os proprietários de lanchas costumavam ancorar no local para mergulhar. A praia do Gonzaguinha tem 800 metros de extensão e oferece ao visitante uma bela vista desde a Ilha Porchat até a Ponte Pênsil. Há também um píer de onde partem escunas que fazem excursões pela baía de São Vicente e arredores.
O Parque Cultural Vila de São Vicente procura reproduzir a arquitetura, os usos e costumes da primeira cidade brasileira com ajuda de atores. (Praça João Pessoa, s/nº - Centro; funciona de terça a domingo, das 10 às 20h.)

sábado, 6 de janeiro de 2018


A FUNDAÇÃO DE QUATRO CIDADES 

 É preciso cuidado ao observar obras deste gênero porque em geral não há compromisso do artista com os fatos históricos. 

Fundação de São Vicente, tela do paulista Benedito Calixto (1853-1927).

Fundação de Santos, obra de Benedito Calixto.

Fundação de São Paulo, tela do fluminense Oscar Pereira da Silva (1865-1939).

Fundação do Rio de Janeiro, obra do carioca Antônio Firmino Monteiro (1855-1888).

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

IGARASSU, HISTÓRIA E ARTE



         Quem foi bom aluno de história ou tem boa memória, lembra que Duarte Coelho (1485-1554) foi um dos primeiros donatários a quem o rei D. João III doou capitanias no Brasil: ele foi beneficiado com sessenta léguas de terras entre o rio São Francisco e o Igarassu. Já estava com quase 50 anos quando desembarcou no litoral de Pernambuco, em 1535, enfrentou índios e fundou Igarassu* (canoa grande em Tupi), que é a segunda cidade mais antiga do Brasil. Hoje a praia onde Duarte Coelho desembarcou chama-se Praia dos Marcos, onde há uma réplica do marco divisório que ele implantou entre as capitanias de Pernambuco e Itamaracá – o original está bem guardado no Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano.
A igreja mais antiga do país está em Igarassu e foi construída no mesmo ano por ordem do capitão Afonso Gonçalves e é dedicada a Cosme e Damião, padroeiros da cidade. Desde 1951 faz parte do Patrimônio Histórico Artístico Nacional. O Convento de Santo Antônio – atual Museu Pinacoteca de Igarassu – data do século XVI e foi o terceiro construído no Brasil pelos franciscanos. No século XVII foi ampliado para receber a Escola de Noviços. Durante a Revolução Praieira (1848) serviu de quartel general das tropas revolucionárias.

Entre as preciosidades da Pinacoteca, que reúne uma das mais importantes coleções de arte da América Latina dos séculos XVII e XVIII, destacam-se quatro painéis de artistas anônimos que, originalmente, pertenceram à Igreja de São Cosme e Damião. O primeiro refere-se à fundação da cidade, o segundo conta por que foi construída a Igreja de São Cosme e Damião; o terceiro trata do milagre que evitou em 1632 o destelhamento da igreja pelos holandeses que invadiram e saquearam a cidade; e o último retrata um episódio da peste (febre amarela) que assolou a Recife, Olinda e Itamaracá em 1685, mas deixou Igarassu incólume.
Igreja e Convento de Santo Antônio, 1982.

Museu Pinacoteca: foto de 1982.
O centro histórico tem entre outros pontos históricos o Convento do Sagrado Coração de Jesus em estilo barroco, assim como a capela de São Sebastião (século XVIII) e a Casa de Câmara e Cadeia (século XVIII).
Embora o aniversário da cidade seja só em setembro, no início da primavera, ela é um patrimônio histórico maravilhoso digno de destaque. Situada a 30 km ao norte da Região Metropolitana de Recife, merece uma visita. Estive lá em 1982. 

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

OS VERÕES LUSO-BRASILEIROS


Eu diria que o Brasil começou a ser inventado no verão. Cabral chegou por aqui em abril, é verdade; entretanto, as autoridades portuguesas levaram três décadas para se interessar pelas terras novas e, depois de incursões de vigilância pela costa brasileira a cargo de Cristovão Jaques, D. João III encarregou o esperto Martim Afonso de Sousa (1500-1570) da missão de iniciar a ocupação do Brasil. Assim, em dezembro de 1530, a mando do rei, Martim Afonso arrumou o baú e enfunou as velas de suas caravelas em direção ao novo continente. Chegou a Pernambuco em pleno mês de janeiro de 1531. Depois de várias aventuras pela costa do Brasil livrando a coroa portuguesa de piratas (do ponto de vista dos nativos todos eram corsários), Martim Afonso passou para a segunda etapa da tarefa: iniciar a colonização do Brasil. A primeira vila oficializada foi São Vicente no dia 22 de janeiro de 1532. (Oficializada porque São Vicente já era um núcleo ativo com dez ou doze casas.)
Fundação de S. Vicente, tela de Benedito Calixto.
Em 1535, ao chegar a Pernambuco, Duarte Coelho (1485-1554) fundou o segundo povoado brasileiro – Igarassu*. No mesmo ano fundou Olinda (PE), elevada à categoria de vila em 12 de março (ainda verão) de 1537, mesma época a fundação de Recife.  
No dia 25 de janeiro de 1554, dia da conversão de São Paulo, os jesuítas Manuel da Nóbrega (1517-1570), Manuel de Paiva (1508-1584) e José de Anchieta (1534-1597), que chegara a São Vicente na véspera do Natal de 1553, reuniram-se numa “paupérrima e estreitíssima casinha” em Piratininga para a missa que celebrava o início das atividades do colégio do Planalto e historicamente tornou-se o marco da fundação de São Paulo. Na primeira carta que Anchieta enviou aos dirigentes dos Jesuítas na Europa ele terminou com a data e o local – “de Piratininga, no colégio de São Paulo” e somente em 1562 escreveu pela primeira vez “São Paulo de Piratininga”.
Rio de Janeiro, Candelária.
A “cidade maravilhosa” foi fundada em 1º de março de 1565 por Estácio de Sá (1520-1567)– no calor do verão e da batalha contra os franceses que ocupavam o Rio de Janeiro – eles sempre tiveram bom gosto. O local escolhido por Estácio de Sá para seu quartel general foi numa área entre o Morro Cara de Cão e o Pão de Açúcar (Urca), o berço do Rio. Como o padroeiro da cidade é São Sebastião, o dia do santo, 20 de janeiro, feriado.
Em novembro de 1546, Braz Cubas (1507-1592) – que viera na expedição de Martim Afonso – deixou a vila de São Vicente para estabelecer um porto em local mais abrigado e novo povoado foi iniciado com uma capela e um hospital nos mesmos moldes das Santas Casas de Misericórdia de Portugal e que recebeu o nome de Todos os Santos – era 1º de novembro. Não era exatamente verão, mas o aniversário de Santos é comemorado na data de elevação à categoria de vila, o que ocorreu só em 26 de janeiro de 1839.
E viva o verão.

*A grafia correta seria com "ç", mas a oficial é Igarassu. 

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

TERÇA COM ARTE

“Entre as montanhas de Serra Nevada”, obra de Albert Bierstadt (1830-1902), pintor prussiano (alemão) radicado nos Estados Unidos.