terça-feira, 27 de dezembro de 2016

TERRA DOS HOMENS HONESTOS

O argentino Edgardo Otero resolveu ajudar os simples mortais a elucidar o grande enigma que é a origem do nome dos países do mundo. Otero teve o cuidado de dividir os países por continentes; incluir informação etimológica das palavras e ainda presenteia o leitor com uma breve história de cada país e sua etnografia. O bom da história é que o autor não se limitou aos países, mas avançou pelo mundo das ilhas e arquipélagos importantes que estão sob domínio ou proteção de algum Estado. Ao todo são mais de quatrocentos verbetes.
À medida que se avança na leitura mais forte se mostra a influência portuguesa pelo mundo. Onde os seus navegadores não foram a partir do século XV? Na esteira deles, os espanhóis, ingleses e holandeses também se aventuraram em suas embarcações frágeis por oceanos desconhecidos num misto de aventura e ânsia de poder e glória, claro. O trágico é o rastro de sangue e devastação que todos deixaram nessa rota de “descobrimentos”.
 Otero teve o cuidado de informar o sistema de governo atual dos países e colocar os topônimos de cada um. “A Origem dos Nomes dos Países” (São Paulo: Panda Books, 2006) é desses livros que a gente vai lendo aos poucos e da forma que quiser – do começo para o fim, de trás para frente, do meio... É sempre muito interessante.
Quem conhece a República do Kiribati (Quiribati) – cujo nome significa “perfume do mar”? Trata-se de um país insular no Pacífico Central, com 33 atóis de corais e ilhas ao longo do equador. A capital é Tarawa. Seus habitantes são os kiribatianos (quiribatianos).
A origem do nome de Barbados, no Caribe, é o ficus barbata, que havia em abundância na ilha, quando os espanhóis chegaram por lá no século XVI e a denominaram de Isla de las Higueras Barbadas. Com o tempo o nome acabou reduzido para Barbados. O país faz parte da British Commonwealth e a capital é Bridgetown. Quem nasce lá é barbadense ou barbadiano. Assim, o Brasil não é o único país com nome de árvore como alguém me disse recentemente.
Mas Burquina Faso, na África, onde vivem os burquinenses, mereceu todo meu interesse, afinal, seu nome significa “terra dos homens honestos”. Quem sabe um dia mudo para lá. Enfim, o livro de Edgardo Otero é bastante útil para jornalistas que frequentemente se veem às voltas com notícias de lugares pouco conhecidos pelo mundo afora. 

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