sábado, 3 de dezembro de 2016

AMIGOS INESTIMÁVEIS


          Há sempre uma angustia quando um livro desaparece das minhas estantes. Se alguém me empresta um livro, cuido dele como se fosse meu e devolvo ao dono assim que termino a leitura. Não é diferente, se pertencerem às bibliotecas circulantes que frequento. Outro dia senti falta de “O Nome da Rosa”, do Umberto Eco e dos dois primeiros volumes de “Caminhos da Liberdade”, de Jean Paul Sartre. Penso seriamente em copiar o seguinte aviso para “esquecer” nos livros, só para o caso de alguém levar um dos meus diletos amigos.
         
“Aquele que roubar ou tomar de empréstimo e não restituir este livro a seu dono... que seja acometido pela paralisia e todos os seus membros definhem... Que as traças se refestelem com as suas entranhas em nome do Verme que nunca morre, e quando, enfim, encaminhar-se para receber a sua punição final, que as chamas do Inferno o consumam eternamente.” – Anátema em um manuscrito medieval pertencente ao Mosteiro de São Pedro, em Barcelona*.



*Em “O Homem que amava muito os livros”, de Allison Hoover Bartlett, Editora Seoman.

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