ITÁLIA – Lucca, na Toscana, é uma cidade
encantadora. Depois de passar o dia perambulando pelas ruas e praças, visitando
museus e, claro, a casa de Puccini, fui para a Estação Ferroviária. Como saí
por uma porta diferente daquela por onde entrara no centro histórico, fiquei em
dúvida se a gare era à direita ou à esquerda. Só havia uma pessoa na avenida e
estava parada na calçada do lado de um poste. Era um homem alto, na faixa dos
60 anos, bonito e bem vestido. Só tive tempo de dizer “Boa tarde, por favor...”,
pois ele abriu um largo sorriso, avançou em minha direção, estendeu a mão e se
apresentou: “Boa tarde, sou fulano de tal, muito prazer, como vai...” Fiquei
surpresa com tanta cortesia; até parecia que eu era esperada... Resolvi esclarecer
logo a situação explicando que “Eu só queria saber de que lado fica a estação
ferroviária”. O cavalheiro mudou inteiramente de atitude e todo formal me deu a
informação desejada; agradeci (nada de aperto de mão) e fui pegar o trem.
Durante a viagem para a cidade em que estava instalada, fiquei pensando no que
acontecera ali. Ele certamente tinha um encontro com uma desconhecida. Com que
objetivo? As respostas eram muitas, mas preferi a mais simples: ele era um guia
de turismo à espera de alguma cliente enviada por agência ou contratada pela
internet, embora o local de encontro fosse pouco confortável. Por que não na Estação
ou no quiosque do centro de turismo (que por sinal não funcionava mais lá) e
era bem próximo? Mistérios que restam desses passeios mundo afora. (Itália, 2011.)
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