domingo, 16 de setembro de 2018

LEMBRANÇAS DOMINGUEIRAS


Não importa onde se esteja, "centre ville" sempre se tem uma bela vista. Maio de 2012. 
PARIS

Paris me encanta. Esse rumor constante
Das sirenas, de carros e de gente,
Enche meus olhos turvos de viajante
De uma grande volúpia surpreendente.

Passa a turba em farândola envolvente,
Num doido bruaá febricitante...
Paris! Dás-me aos sentidos, de repente,
Um gozo forte, acídulo, excitante.

E tudo freme!... Em meio à populaça
Há conflitos de amores  em tumulto.
“Mimi Pinson”... Musette... E a turba passa...

E no velho Montmartre, em noite feia,
Em cada esquina obscura e em cada vulto
A sombra de Verlaine cambaleia...


Porque hoje é domingo Paris pode ser um bom tema, especialmente com esse soneto de Olegário Mariano (1889-1958). Quando li, fiquei imaginando como seria o tráfego de veículos e o nível de ruído da capital francesa em 1912, ano em que o poeta escreveu o soneto. O tempo passa e os problemas (trânsito e barulho) continuam de formas e proporções diferentes. 

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