Não importa onde se esteja, "centre ville" sempre se tem uma bela vista. Maio de 2012. |
PARIS
Paris me encanta. Esse rumor
constante
Das sirenas, de carros e de
gente,
Enche meus olhos turvos de
viajante
De uma grande volúpia
surpreendente.
Passa a turba em farândola envolvente,
Num doido bruaá
febricitante...
Paris! Dás-me aos sentidos, de
repente,
Um gozo forte, acídulo,
excitante.
E tudo freme!... Em meio à
populaça
Há conflitos de amores em tumulto.
“Mimi Pinson”... Musette... E
a turba passa...
E no velho Montmartre, em
noite feia,
Em cada esquina obscura e em
cada vulto
A sombra de Verlaine cambaleia...
Porque hoje é domingo Paris pode ser
um bom tema, especialmente com esse soneto de Olegário Mariano (1889-1958). Quando
li, fiquei imaginando como seria o tráfego de veículos e o nível de ruído da
capital francesa em 1912, ano em que o poeta escreveu o soneto. O tempo passa e os problemas (trânsito e barulho) continuam de formas e proporções diferentes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário