quinta-feira, 25 de abril de 2019

SOL DE OUTONO NO PARQUE


Aproveitar o sol de abril. Como dizia Henfil (1944-1988), a nossa estrela transformou-se em remédio. A prescrição médica é mais comum do que se imagina. Um remédio bom, bonito e barato, aliás, de graça, sem fila ou estresse. E para meu espanto, fico sabendo que, aproximadamente, 60% dos brasileiros têm deficiência de Vitamina D!
        Rever o Parque Estadual Villa-Lobos, que este mês comemorou 31 anos, é a desculpa ideal para tomar um banho de sol. Uma passarela na saída da estação Villa-Lobos/Jaguaré da Linha 9-Esmeralda (CPTM) me deixa dentro do Parque, situado na Zona Oeste da cidade. Às 10h30 de um sexta-feira é tudo tranquilo, mas os fins de semana são agitados: o parque recebe 600 mil pessoas por mês!  E pensar que essa área verde de 732 mil m², foi um imenso depósito de lixo, alimentado pela CEAGESP e sobras da construção civil até 1988! (Diminuir as exclamações).
Como não sou uma praticante de esportes, passo rapidamente pelas quadras poliesportivas (tênis, vôlei, basquete e futebol) e aparelhos de ginástica. A arquitetura do Orquidário Ruth Cardoso é atraente, assim como o conteúdo, embora não seja época das floradas de orquídeas. Hora de ir conhecer a Biblioteca Villa-Lobos que me disseram ser uma biblioteca “viva”. Uma expressão tola, no meu entender, já que em todas as bibliotecas as ideias são preservadas, vivem e procriam – sim, porque tudo se transforma como bem disse Antoine Lavoisier (1743-1794) cujo “Tratado Elementar de Química” está à disposição de estudantes nas bibliotecas 225 anos após a morte dele e não das ideias dele.
A explicação da funcionária não me agrada: "viva" porque lá dentro pode se fazer barulho ao contrário das tradicionais onde o silêncio é norma, segundo ela. Uma novidade para mim que converso com funcionários em minhas pesquisas como tantas outras pessoas que frequentam as bibliotecas “mortas”, sem prejudicar a concentração dos demais frequentadores. O que ela deveria dizer é que naquele único espaço, além de livros para retirar ou ler no local, há cursos, palestras e funciona também um clube de leitura.
Hora de um cafezinho aproveitando a paisagem recuperada. Com dois decretos em 1988 o governo do Estado desapropriou duas glebas de 741 mil m² para implantar um “parque de lazer, cultura e esporte”. Não foi uma tarefa simples: famílias foram realocadas, o lixo removido, o solo substituído e feita a canalização do córrego Boaçava. As obras estiveram paralisadas por alguns anos, mas ao serem retomadas em 2005, o projeto do parque se tornou mais ambicioso, especialmente, com a valorização das áreas verdes: o Parque Villa-Lobos é uma das áreas mais densamente arborizadas da cidade com cerca de 13 mil árvores. Ele dispõe de um anfiteatro aberto com 750 lugares e uma aberta para shows.
O Parque Villa-Lobos foi um dos primeiros equipamentos de lazer da Capital adequado aos portadores de necessidades especiais. O nome foi uma homenagem ao centenário de nascimento do maestro Heitor Villa-Lobos (1887-1959). Um passeio bem agradável. 
Avenida Prof. Fonseca Rodrigues, 2001 - Alto de Pinheiros, São Paulo.


  





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