Aproveitar o sol de abril.
Como dizia Henfil (1944-1988), a nossa estrela transformou-se em remédio. A
prescrição médica é mais comum do que se imagina. Um remédio bom, bonito e
barato, aliás, de graça, sem fila ou estresse. E para meu espanto, fico sabendo
que, aproximadamente, 60% dos brasileiros têm deficiência de Vitamina D!
Rever o Parque Estadual Villa-Lobos, que este mês comemorou
31 anos, é a desculpa ideal para tomar um banho de sol. Uma passarela na saída
da estação Villa-Lobos/Jaguaré da Linha 9-Esmeralda (CPTM) me deixa dentro do
Parque, situado na Zona Oeste da cidade. Às 10h30 de um sexta-feira é tudo
tranquilo, mas os fins de semana são agitados: o parque recebe 600 mil pessoas
por mês! E pensar que essa área verde
de 732 mil m², foi um imenso depósito de
lixo, alimentado pela CEAGESP e sobras da construção civil até 1988! (Diminuir
as exclamações).
Como
não sou uma praticante de esportes, passo rapidamente pelas quadras
poliesportivas (tênis, vôlei, basquete e futebol) e aparelhos de ginástica. A arquitetura
do Orquidário Ruth Cardoso é atraente, assim como o conteúdo, embora não seja
época das floradas de orquídeas. Hora de ir conhecer a Biblioteca Villa-Lobos
que me disseram ser uma biblioteca “viva”. Uma expressão tola, no meu entender,
já que em todas as bibliotecas as ideias são preservadas, vivem e procriam –
sim, porque tudo se transforma como bem disse Antoine Lavoisier (1743-1794) cujo
“Tratado Elementar de Química” está à disposição de estudantes nas bibliotecas
225 anos após a morte dele e não das ideias dele.
A
explicação da funcionária não me agrada: "viva" porque lá dentro pode se
fazer barulho ao contrário das tradicionais onde o silêncio é norma, segundo
ela. Uma novidade para mim que converso com funcionários em minhas pesquisas
como tantas outras pessoas que frequentam as bibliotecas “mortas”, sem
prejudicar a concentração dos demais frequentadores. O que ela deveria dizer é
que naquele único espaço, além de livros para retirar ou ler no local, há
cursos, palestras e funciona também um clube de leitura.
Hora
de um cafezinho aproveitando a paisagem recuperada. Com dois decretos em 1988 o
governo do Estado desapropriou duas glebas de 741 mil m² para implantar um
“parque de lazer, cultura e esporte”. Não foi uma tarefa simples: famílias
foram realocadas, o lixo removido, o solo substituído e feita a canalização do
córrego Boaçava. As obras estiveram paralisadas por alguns anos, mas ao serem
retomadas em 2005, o projeto do parque se tornou mais ambicioso, especialmente,
com a valorização das áreas verdes: o Parque Villa-Lobos é uma das áreas mais
densamente arborizadas da cidade com cerca de 13 mil árvores. Ele dispõe de um
anfiteatro aberto com 750 lugares e uma aberta para shows.
O
Parque Villa-Lobos foi um dos primeiros equipamentos de lazer da Capital adequado
aos portadores de necessidades especiais. O nome foi uma
homenagem ao centenário de nascimento do maestro Heitor Villa-Lobos
(1887-1959). Um passeio bem agradável.
Avenida Prof. Fonseca Rodrigues, 2001 - Alto de Pinheiros, São Paulo.
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