sexta-feira, 12 de abril de 2019

VAMOS ÀS CORRIDAS!


As esculturas de Brecheret da fachada.
Um belo dia – ou noite, provavelmente, tomando cerveja –, um grupo de jovens jornalistas resolveu fazer um curso de extensão na ECA. Não me lembro do tema escolhido, mas, determinados, certa tarde depois do expediente subimos a Serra do Mar. Um fusca cheio de jornalistas. O problema é que o mestre ou o tema não agradou. Lá pelas tantas, um olhou para o outro e todos saíram de fininho. E no caminho de volta lá estava o Jockey Club de São Paulo todo iluminado. Foi assim que os ilustres representantes da imprensa santista foram parar nas arquibancadas do clube e terminaram a noitada paulistana de forma divertida. Foi a primeira vez que fui ao Jockey Club. Retornei anos depois (já morava em São Paulo) para assistir a um espetáculo de Taikô.
Visitantes observam uma das arquibancadas.
Ontem, voltei para uma visita ao hipódromo. Embora não goste de jogo, sem dúvida as corridas de cavalo são um belo espetáculo. Lembranças da infância e das transmissões dominicais, se não me falha a memória, pela Rádio Eldorado. Porque ouvia, é outra história que não vem ao caso. Quando comecei no jornalismo, os jornais ainda publicavam colunas de turfe que sumiram à medida que os hipódromos foram perdendo o glamour com a saída dos grã-finos das pistas para as passarelas...
O Jockey nasceu na Mooca. Rafael Aguiar Paes de Barros (1835-1889), filho do barão de Itu, reuniu 73 sócios e um capital de $9.990 réis e fundou em sua fazenda um clube de corridas de cavalos nos mesmos moldes dos clubes ingleses. O Hipódromo da Mooca ou Club de Corridas Paulistano tinha capacidade para 1200 pessoas. A primeira corrida aconteceu em 29 de outubro de 1876 e estavam inscritos apenas dois cavalos: Macaco e Republicano. Deu Macaco na cabeça. Logo o Hipódromo tornou-se uma atração da cidade e os visitantes queriam conhecer o “Prado”. A iniciativa incentivou o desenvolvimento da Mooca e o clube mudou para uma área doada pela Companhia Cidade de Jardim do outro lado do rio Pinheiros. As obras estenderam-se de 1937 a 1941. A partir do projeto do arquiteto Elisário Bahiana, remodelado mais tarde pelo arquiteto francês Henri Sajous, a nova sede foi inaugurada no dia 25 de janeiro de 1941.
Museu resume história da instituição.

O prédio elegante com obras de Vitor Brecheret pode ser admirado da Rua Lineu Prestes. Na verdade, o público é bem-vindo para assistir às corridas que acontecem aos sábados à tarde e desfrutar da bela paisagem da cidade que se descortina das arquibancadas. A entrada é gratuita. É possível que em breve o hipódromo conviva com um parque público. As visitas guiadas apenas para grupos e pré-agendadas acontecem duas vezes por semana à tarde.
Grupo da terceira idade recebido carinhosamente pela equipe e posa com uma das éguas do clube.


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