quarta-feira, 29 de maio de 2019

90 ANOS DO PARQUE DA ÁGUA BRANCA

Almoço na roça? Não, na Água Branca.
Está sem programa e não quer ir muito longe? Basta pegar o metrô ou o trem e descer na estação Barra Funda, atravessar Avenida Francisco Matarazzo e lá está um paraíso rural de 136.765 m². Um espaço onde se ouve canto de galo, cacarejo de galinha, pipio de pintinho, relinchar de cavalos e ainda se pode se fazer um lanche cercado de patos gulosos e se fartar de escutar canto de passarinho. Quanto custa? Nada. O Parque Estadual da Água Branca completará 90 anos no próximo dia 2 de junho e, como se percebe, tem características diferentes das outras unidades de conservação. Em vez de circular por bosques, as pessoas se veem em um ambiente rural em pleno burburinho da cidade.

Mas há muito mais. Quem passou dos sessenta anos e precisa fazer exercício, encontra um espaço especial (Praça do Idoso) com equipamentos de ginástica, mas também não faltam festas para quem prefere música e dança. Quer ler? Há o cantinho da leitura – você pode levar o seu livro ou escolher um nos quiosques. É possível assistir a aulas de equitação, caminhar à beira dos lagos, observar de longe os cavalos nas baias e, se escolher a época, ver feiras e exposições que acontecem periodicamente. Para os caminhantes, o parque tem a Trilha do Pau-brasil. Nos fins de semana há rodas de viola; às terças-feiras, sábados e domingos acontece uma feira de produtos orgânicos das 7 horas ao meio-dia. Junho, por exemplo, é tempo de festas típicas da época.
        Uma atração imperdível é o Museu Geológico do Estado de São Paulo, formado com parte do acervo da Comissão Geográfica e Geológica de São Paulo – CGG (1886-1931). A entidade promove exposições temporárias e oficinas. O MUGEO, como é conhecido, foi criado em 14 de novembro de 1967. Existe também um Aquário que pode ser visitado de quarta a domingo.

     O parque nasceu de uma área desapropriada no bairro da Água Branca em 1905 para a instalação da Escola Municipal de Pomologia e Horticultura criada pelo prefeito Antônio da Silva Prado (1840-1929). A instituição foi desativada em 1911 e o lugar abandonado era conhecido na região como viveiro de plantas. Outros terrenos foram desapropriados e, finalmente, em 1928, o governador de São Paulo, Júlio Prestes (1882-1946), transferiu as dependências de Produção Animal e de Exposições da Mooca para o bairro da Água Branca, criando o "Pavilhão de Exposições de Animais", que mais tarde recebeu o nome de Parque Estadual "Dr. Fernando Costa”. Fernando de Sousa Costa (1886-1946) foi agrônomo, formado pela Escola Superior de Agricultura “Luís de Queirós” e político. Em sua gestão como secretário da Agricultura de São Paulo (1927 — 1930), criou além do Parque o Instituto Biológico.
        No Parque funcionam o Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo e o Fundo de Assistência Social do Palácio do Governo. É tombado pelo Condephaat (1996) como patrimônio cultural, histórico, arquitetônico, turístico, tecnológico e paisagístico do Estado de São Paulo, e pelo CONPRESP pelo valor histórico, arquitetônico e paisagístico-ambiental.

Nas cavalariças, os animais observam o movimento.
Endereço: Avenida Francisco Matarazzo, 455.


2 comentários:

Nilton Tuna disse...

Adorei o texto e as fotos do Bixiga. bjs.

Hilda Araújo disse...

Obrigada, Nilton. Beijos.