Cresci numa família movida a café.
Meu pai era corretor de café e teve escritório na Rua XV de Novembro, coração
do comércio cafeeiro de Santos (SP). Acordava todos os dias com o aroma do café
coado com carinho pela minha avó. No quintal, um pé de café entre tantas outras
plantas se cobria de cerejas que eu colhia e comia todos os anos... Mas só
aprendi a saborear a bebida quando já era adulta. De manhã o centro de Santos onde
se concentravam torrefadoras até os anos 1970 rescendia a café... O jornal onde
trabalhei, na esquina da Rua XV de Novembro, convivia com o burburinho dos
corretores de café que se reuniam na rua estreita à moda antiga para discutir
os preços da bebida, política e o desempenho do Santos Futebol Clube. Num canto
da redação, o cafezinho era o ponto para inspiração dos repórteres em busca de
um bom lead. Muitas grandes
reportagens se concretizaram no Café Paulista (logo na esquina)... A pausa
rápida podia ser ali embaixo no Alvorada. Tudo desapareceu, mas o café continua
insubstituível.
A cidade de São Paulo tem o maior
cafezal urbano do mundo formado por 1.536
pés de café das variedades Mundo Novo e Catuaí, numa área de 10 mil metros
quadrados em plena Vila Mariana. O cafezal paulistano foi formado na segunda
metade dos anos 1950 para pesquisa e atualmente tem cunho histórico, didático e
cultural. No dia
nacional do café, 24 de maio, quando começa a colheita do fruto no Estado de
São Paulo, o Instituto Biológico promove o “Sabor da Colheita”, um evento público gratuito para que a
população possa conhecer uma plantação de café e aprender sobre esse fruto, responsável
por enriquecimento econômico do Brasil no século XIX e início do XX.
Instituto Biológico: Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, 1252
Vila Mariana. Telefone: (11) 5087-1701.
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