Se o Beco da
Cachaça desapareceu por causa das inúmeras reurbanizações do centro da cidade,
o Beco do Pinto mantém-se muito bem conservado. O beco liga as ruas Roberto
Simonsen e Bittencourt Rodrigues por escadaria com degraus de granito
com vários lances revestidos de pedras portuguesas. A entrada fica entre a Casa
Número Um (ou Casa da Imagem) e o Solar da Marquesa de Santos, na Rua Roberto
Simonsen.
Na época colonial, a população se
concentrava nas proximidades do Pátio do Colégio e para ir até a Várzea do
Carmo e ao rio Tamanduateí usava aquela passagem, conhecida também como Beco do
Colégio. A atual Rua Roberto Simonsen chamava-se Rua de Santa Teresa por causa do
abrigo de moças denominado Recolhimento de Santo Teresa lá situado; em 1865, a
Câmara mudou o nome do logradouro para Rua do Carmo em referência à Igreja do
Carmo que, naquela época, ficava no limite da via.
De acordo com a Prefeitura de São Paulo, documentos indicam que entre
1739 e 1754 havia quatro casas de taipa de pilão na Rua do Carmo e a junção de
duas dessas casas teria originado o Solar da Marquesa. Em 1821 o Brigadeiro
José Joaquim Pinto de Moraes Leme recebeu a casa como pagamento de dívidas,
sendo ele o primeiro proprietário identificado comprovadamente.
Portão do Beco do Colégio. Wikipedia. |
Foi então que em 1834 Domitila de Castro Canto e Melo (1797-1867), a Marquesa
de Santos, comprou a casa e pediu a reconstrução do muro e a reinstalação do
portão para garantir a segurança da propriedade. O pedido pela Câmara foi
atendido em 1849. O Beco do Colégio perdeu sua função em 1912 com a abertura da
Ladeira do Carmo (Avenida Rangel Pestana). O local foi tombado em 1988.
Casa da Marquesa, Rua Roberto Simonsen, 136.
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