terça-feira, 17 de novembro de 2020

A ARTE DE WILLIAM FOURNEAUT

Em casa não se assobiava, embora uma das minhas tias fosse perita em assobios. “Não é polido” ‒ dizia minha avó que comandava a família. Até hoje sinto-me desconfortável quando ouço alguém assobiando para chamar outra pessoa. Entretanto, por uma dessas contradições da vida, toda a família adorava a arte de William Fourneaut que se apresentava em shows de televisão na década de 1960. Ele era um assobiador exímio e muito simpático.

        Infelizmente, não encontrei muitas referências sobre ele. Era conhecido como o homem dos sete instrumentos. Dizem que tinha ouvido absoluto, denominação da rara capacidade de reproduzir “uma imagem auditiva interna de qualquer tom musical marcado por um símbolo apropriado”. Foi a principal atração da orquestra de Georges Henry (1919-2017), maestro que comandou o show de inauguração da televisão no Brasil ‒ a TV Tupi (18/9/1950) de São Paulo. De acordo com o maestro "Muitas e muitos lembram de William Fourneaut que foi a principal atração de minha orquestra brasileira dos anos 40 e 50. William era um fenômeno musical. Gordo, era leve como uma pluma quando dançava. Cantava e imitava todos os cantores líricos ou populares. Tocava piano sem ter estudado ‒ e como tocava! Assobiava como se seu assobio fosse um instrumento tocado com a virtuosidade e o bom gosto de um verdadeiro musico”.

Fontes:

http://opontodosmusicos.blogspot.com/2015/01/william-fourneau.
html https://pt.wikipedia.org/wiki/Ouvido_absoluto


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