No tempo do VHS,
assisti a um filme em preto e branco sobre uma menina solitária que encontrou um
jardim mágico, única cena colorida. Gostei muito, mas naturalmente acabei me esquecendo
do enredo. No início do ano, não sei o motivo, lembrei-me dele e tentei achar.
Em vão. Pesquisando a feira de livros da UNESP encontrei um título que me
pareceu ser a origem do filme: “O Jardim Encantado” e, claro, comprei. A autora
é a inglesa Francis H. Burnett
(1849-1924). Finalmente, localizei o filme de 1949, dirigido por Fred M. Wilcox, e até descobri
que havia uma versão recente.
Burnett conta a história de uma menina inglesa feia, rica e
mimada, que vive na Índia colonial aos cuidados dos empregados, e em plena
epidemia de cólera não só perde os pais como é esquecida na mansão em que vive.
Achada ela é envida para a Inglaterra aos cuidados de um tio. Em seu novo lar
ela viverá o mesmo problema, já que o tio é tão ausente quanto seus pais. A
menina autoritária aos poucos descobre um mundo muito diferente da Índia e
levada pela curiosidade começa a explorar a nova casa, desvendando mistérios
que irão mudar sua vida e a das pessoas ao redor. De forma sutil a autora vai
mostrando como a feiura da menina desaparece à medida que ela aprende a
conviver com as pessoas e a fazer dos seus erros um aprendizado que ajudará a
todos. Uma excelente história infantil, muito bem narrada e com uma linguagem
elegante, sem contar que a edição da Martin Claret (2017) é muito bonita.
No filme de Fred M. Wilcox, as crianças são interpretadas por Margareth O’Brien (1937) e Dean Stockwell (1936). Ela ganhou o Oscar de melhor atriz infantil em 1947, mas a carreira adulta da atriz não teve sucesso, ao contrário de Dean Stockwell, que recebeu dois prêmios de melhor ator em Cannes em 1959 e em 1962 e foi indicado ao Oscar de melhor ator em 1989.
2 comentários:
Que coincidência! Ontem assisti à nova - nem tanto, deve ter mais de uma década - versão desse filme, meio assim por acaso zapeando sem encontrar nada interessante na tv. Só fiquei vendo porque a Maggie Smith estava no elenco. Num papel bem secundário, aliás...
Bom dia, Nilton. Maggie Smith transforma pequenos papéis em atuações memoráveis.
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