Várias pessoas, alertadas pela sineta, saíram dos
prédios para ver o que acontecia. Os estrangeiros (como se eu não fosse um
deles) já haviam descido e estavam fotografando ou filmando a cena. Após vários
minutos e muitos palpites, surgiu um funcionário da empresa de bondes chamado
pelo motorneiro. Ele deu a volta no veículo, espiou o interior pelas janelas e
depois chamou a polícia, que logo apareceu. O policial tirou o quepe do bolso
da camisa, colocou-o na cabeça e só então tirou o bloco de multas do outro
bolso.
A essa altura já havia uma aglomeração em frente ao
para-brisa. Algo dentro do carro provocava boas risadas. Resolvi ver do que se
tratava. Um bilhete sobre o painel dizia: “Desculpe-me o transtorno, mas tive
que ir ao hospital.” Voltei para o bonde, pois o guincho chegara. Um velhinho,
que não se comoveu nem se moveu com o incidente, me perguntou do que se
tratava. Suspirou inconformado. “O hospital é logo ali à frente.” Enfim, o
carro foi levado, as pessoas voltaram para o bonde e para os seus lugares e lá
fomos nós para as Portas do Sol. A confusão toda durou menos de uma hora e não
ouvi buzinas, não vi ninguém apoplético ou qualquer coisa parecida. Aaaaaaaah!
O elétrico 28 faz um trajeto por alguns dos principais pontos turísticos de Lisboa. Foto: Hilda Araújo.
Viagem em abril/maio de 2010.
Nenhum comentário:
Postar um comentário