Semana passada fui ver a exposição da Chácara Lane sobre um profissional paulistano que deu o que falar na cidade: “Artacho Jurado, arquiteto?”. Quando se tratava de regulamentar a profissão de arquiteto, João Artacho Jurado (1907-1983) ousou interferir na paisagem paulistana com seus prédios diferentes que, se agradavam ao público, indignavam os arquitetos. Artacho era autodidata e profissionais da sua empresa assinavam seus projetos. Um bom exemplo dessa indignação é o artigo do arquiteto Eduardo Corona (1921) sobre o edifício Bretagne (Av. Higienópolis, 938), em que ele considera a obra uma “aberração arquitetônica”. Talvez a obra mais visível de Artacho Jurado em São Paulo seja o edifício “Viadutos” (1956), na Praça General Craveiro Lopes, 19, no Centro da cidade. O nome prima pela falta de falta de imaginação: o prédio fica na confluência dos viadutos Nove de Julho e Jacareí.
Artacho Jurado e o irmão Aurélio eram proprietários da Construtora e Imobiliária Monções, criada em 1946. Entre as obras da construtora destacam-se os edifícios Louvre (Av. São Luís, 192), Saint-Honoré (Av. Paulista, 1195) e o Cinderela (Rua Maranhão, 163). O empresário organizava feiras fora da Capital para vender seus projetos. Como comissário da Feira Comemorativa do I Centenário de Santos, ele fez o seu primeiro evento importante. A feira ocorreu de 4 de fevereiro a 24 de abril de 1939. Em Santos, ele construiu três prédios: Nosso Mar (Av. Afonso Celso de Paula Lima, 31), Parque Verde Mar (Av. Vicente de Carvalho, 6) e Enseada (Av. Bartolomeu de Gusmão, 180).
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