segunda-feira, 22 de novembro de 2021

HITCHCOCK, SEMPRE BOM CINEMA.

Concluí as sessões de cinema dedicadas aos filmes de Hitchcock dos anos 1930 antes de deixar a Inglaterra para trabalhar nos Estados Unidos. Nesse período ele dirigiu: “Valsas de Viena” (1934), “Os 39 degraus” (1935), “Agente Secreto (1936)”, “A Dama Oculta” (1938), “A Estalagem maldita” (1939) e “Correspondente Estrangeiro” (1940). O melhor, em minha opinião, é a “Dama Oculta”. Na década de 1930, já havia prenúncios de guerra e a maioria dos filmes envolve espionagem e nem sempre o enredo é bom, mas sempre vale observar os efeitos especiais, o desempenho dos atores, a decoração do set e, como sempre, procurar o diretor em meio à multidão. Muito boa diversão.

      Na fase americana, o primeiro trabalho de Hitchcock teve um sucesso retumbante: ”Rebecca, a mulher inesquecível” (1940), filme com Laurence Olivier (1907-1989) e Joan Fontaine (1917-2013). Logo de saída levou o Oscar de Melhor filme, único na carreira do mestre do suspense. Não tenho vontade de rever o novelão.  Gostei demais de “Um barco e Nove destinos” (1944), “A Sombra de uma Dúvida” (1943), “Sabotador” (1942) e “Suspeita” (1941).

“Um barco e Nove destinos” cujo elenco não tem grandes estrelas de Hollywood é um filme que pode ser visto em qualquer época porque trata do comportamento humano, basicamente sobre o discurso e a ação das pessoas. A história se passa durante a II Guerra, quando um navio de passageiros é torpedeado por um submarino alemão e oito pessoas (americanos e ingleses) conseguem se salvar num bote salva-vidas, em que é acolhido um alemão ferido.

Outro filme excelente é “A Sombra de uma Dúvida”, com Joseph Cotten (1905-1994) e Theresa Wrigth (1918-2005). O roteiro foi baseado na história verdadeira de Earle Leonard Nelson, um serial killer dos anos 1920, conhecido como o assassino de viúvas alegres. Hitchcock afirmou várias vezes que este era seu filme favorito. Em síntese: uma adolescente entediada numa cidadezinha do interior, a notícia da chegada de um tio querido, a felicidade, a suspeita e o amadurecimento.

Para quem gosta de filmes românticos este reúne Cary Grant (1904-1986) e Joan Fontaine (1917-2013). O que poderia ser uma história medíocre, Hitchcock transformou em algo muito especial. E achei o final ainda melhor, porque o espectador pode escolher o que quiser. “Sabotador”, com Robert Cummings (1910-1990) e Priscila Lane (1915-1995) é outro filme que tem como pano de fundo a guerra na Europa e a ameaça de espiões em território americano, entretanto, o que não falta é ação ‒ suspeitas, fugas, perseguições, romance... Em 1942, Hitchcock já era bem moderno. (Foto: Alfred Hitchcock, 1955. Wikipedia.)




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