domingo, 30 de janeiro de 2022

PANDEMIA: 2 ANOS INTERMINÁVEIS

 

exatamente dois anos a Organização Mundial de Saúde declarou que o surto do novo Coronavírus (ESPII) constituía uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional, o nível de alerta mais alto da OMS, e em 11 de março por sua distribuição geográfica a OMS caracterizou o COVID-19 como uma pandemia, pouco mais de cem anos da Gripe Espanhola (1918).

Esse perigo invisível mudou a vida das pessoas mundo afora. Até o final do ano passado, de acordo com a Universidade John Hopkins, registraram-se mais de cinco milhões mortos pela infecção. O número de contaminados, recuperados ou sem sintomas, é algo assustador. Infelizmente, muitas pessoas não se sensibilizam.

        No Brasil, autoridades não enxergaram (ou não quiseram) enxergar a gravidade da situação e assim veio o Carnaval, mas o primeiro caso registrado no país foi de um empresário que retornara São Paulo após uma viagem à Itália entre 9 e 20 de fevereiro de 2020. O resto faz parte de uma história trágica com que muitos preferem não se confrontar. Uma “gripezinha” que resultou em 627 mil mortos em dois anos. Para se ter ideia das perdas, o município de Sorocaba (SP) tem 695 mil habitantes. E como diz a sabedoria popular, o pior cego é aquele que não quer ver.

Na cidade de São Paulo a prefeitura providenciou cartazes informativos sobre o vírus e as medidas básicas para evitar contágio em ônibus urbanos e logo em seguida o governo do estado decretou o isolamento social (Decreto Nº 64.881, de 22/3/2020). Minha última aventura pela cidade foi a visita anual ao dentista num ônibus vazio. Nas ruas, apenas aqueles que trabalham em setores essenciais e os que, sem vínculo empregatício, tiveram de se arriscar pelo sustento próprio e da família.


O silêncio desabou sobre a metrópole de 12 milhões de habitantes. O esvaziamento das ruas e a diminuição dos transportes públicos deram à cidade um aspecto surrealista. Novas medidas foram adotadas ao longo do isolamento; máscaras, álcool 70° e desinfetantes entraram no cotidiano da população.  

Claro, logo apareceu a turma do professor Pangloss (ou da Poliana), que acreditava que a pandemia mudaria as pessoas, que elas se tornariam melhores, mais compreensivas e o mundo não seria o mesmo após a pandemia ‒ naturalmente não seria. Em nenhum momento acreditei nisso. Infelizmente, estava certa. Se no Natal de 2020, as pessoas em todo o mundo ansiavam pela descoberta de uma vacina, um ano depois tínhamos vários tipos de vacinas disponíveis, mas para a surpresa de Polianas, quase vimos se repetir no Brasil a Revolta da Vacina, ocorrida no Rio de Janeiro em 1904.

Ciência e tecnologia estão ajudando a superar a pandemia que, além de vidas preciosas, atingiu a economia violentamente. Os críticos do isolamento social, do fechamento de todo comércio e serviços não essenciais, não percebem que essas medidas têm um ônus extremamente pesado para o Estado que, sem arrecadar impostos e tributos, enfrenta sérias dificuldades.

A Internet teve um papel importante nesse momento crucial porque possibilitou que as pessoas continuassem a se ver, conversar, discutir, brigar, fazer as pazes e até amar à distancia. É verdade que os irresponsáveis a usaram para disseminar as falsas notícias. A imprensa em geral, ao tentar mostrar os vários lados dos fatos, ajudou na desinformação. Exemplo: o debate sobre que remédio tomar ou não deve ser, na minha opinião, travado entre médico e paciente. Quem não concorda, procura segunda opinião, ou terceira ou... Museus e galerias do mundo inteiro abriram suas portas para visitas virtuais. Entidades promoveram cursos e eventos on line.

A pandemia ainda não terminou. A nova variante, altamente contagiosa, não é tão letal graças à vacinação em massa. Todo cuidado é pouco.

Metrô: 16 de março de 2021 às 11h57. 

Metro: quarta-feira, 7 de abril de 2021 às 11 h 15.


Novo Vale do Anhangabaú: segunda-feira, 18 de janeiro de 2021; 12 h. 

Infelizmente, perdi o nome do veículo que publicou a charge. Ótima.  

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