sábado, 22 de outubro de 2022

O BAILE

Nunca houve um casamento tão feliz quanto o do cinema com a dança, que começou com a sonorização das películas, serviu de escape durante o período da grande recessão dos anos trinta e da II Guerra; terminando junto com a era dos grandes estúdios. Houve reconciliações esporádicas, com algumas obras muito boas, como O BAILE, de Ettore Scola (1931-2016). 

O BAILE

Neste filme, Ettore Scola relata 40 anos marcantes da história da França e, por extensão, do mundo, usando a dança como expressão. Dessa forma ele consegue fazer um filme musical e de forte conteúdo político: as relações entre os diversos personagens que vão dançar são marcadas pelos debates ideológicos das épocas retratadas no filme, como o fascismo dos anos trinta do século passado; o racismo que marcou a convivência entre franceses e argelinos durante a guerra de libertação da Argélia (1962); a manifestação dos estudantes em 1968. Tudo isso sem nenhum diálogo.

 

“Nestes tempos em que todo mundo fala demais, em que rádios e televisões nos tonteiam com suas conversas ininterruptas, achei que era necessário provar o quanto a palavra é inútil. A música, os gestos, o olhar, a maneira de se vestir e de dançar são muito mais eloquentes que qualquer discurso.

 

“A dificuldade é que não estamos mais acostumados a valorizar esses sinais, a prestar atenção aos outros e nos embriagamos com frases feitas, esquecendo que o subentendido tem mais valor do que tudo o que foi dito porque exige disponibilidade e inteligência” – Ettore Scola.

 

O roteiro, assinado por Ruggero Maccari, Jean Claude Penchenat e Furio Scarpelli, é baseado no espetáculo Le Bal do Theathre  du Campagnol, inspirado em uma ideia de Jean Claude Penchenat.





https://www.youtube.com/watch?v=iuDXZ07nOv0 

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