terça-feira, 7 de novembro de 2023

CASABLANCA

Casablanca é a maior cidade de Marrocos (cerca de 4 milhões de habitantes) e a capital econômica do país, já que concentra tanto o setor de negócios, comércio e indústria; o porto tem importância vital para o Marrocos. Impossível para pessoas da minha geração não aliar a cidade ao filme norte-americano que, 81 anos após seu lançamento, ainda fascina turistas e amantes do bom cinema. Se prestar atenção, poderá ver em diferentes pontos da cidade alguma referência ao filme, que foi totalmente rodado nos Estados Unidos porque, em 1942 em plena II Guerra Mundial, alemães ocupavam a Europa e o Marrocos era um protetorado francês e ligado a Vichy – sede do pretenso governo francês sob a égide da Alemanha.

            A história de Casablanca, entretanto, é muito mais interessante. Na antiguidade, chamava-se Anfa, nome que ainda mantinha no século XIV, quando já era um importante porto comercial e atraia piratas e corsários combatidos ferozmente pelos portugueses. Essas batalhas navais resultaram na destruição de Anfa. Das ruínas da cidade os portugueses construíram uma fortaleza em torno da qual nasceu a nova cidade, que eles chamaram de Casa Branca. Com a expansão árabe-muçulmana no Norte da África, Casa Branca tornou-se em Dar el Beïda. O terremoto que destruiu Lisboa também causou severos estragos na cidade, que atraiu muitos espanhóis no final do século XVIII e ela passou a ser conhecida como Casablanca. O tempo passa, como diz a canção do filme, o jeito cosmopolita ela ganhou no período do protetorado francês que se estendeu de 1907 a 1956, quando finalmente Marrocos se tornou independente.

            Cidades tem cores? Algumas têm – se Paris é cinza, Roma tem um tom de terracota, Marraquexe é cor de rosa e claro que Casablanca faz jus ao nome. Não se engane com o jeito europeu de Casablanca. Antes de se perder pelas ruas amplas, arborizadas e agitadas da cidade, pegue um táxi ou alugue um carro para descobrir a orla e os bairros principais antes de ir aos lugares históricos e depois às compras. Ah! antes de embarcar num táxi (muitos não têm taxímetro) procure saber se ele faz lotação, pois nesse caso a viagem pode se tornar um fantástico entra e sai de passageiros que, supostamente, estão na mesma rota. É bom também perguntar o valor da corrida.

          Para quem aprecia o mundo da fantasia, sugestão uma réplica do: Rick’s Bar, na Place du Jardin Public, 248 Boulevard Sour Jdid. A americana Kathy Kriger que reside tem Casablanca recriou o bar do filme numa mansão dos anos de 1930 que, como no filme, fica junto à Medina. Parece que é um sucesso: inaugurado em 2004 e jantar é preciso fazer reserva com pelo menos um mês de antecedência. 

         

Prédios modernos acompanham o estilo da cidade.





Porta do Bar Atomic, um espaço apenas para cavalheiros.

O calçadão que acompanha a orla e ao fundo o porto.


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