sábado, 4 de novembro de 2023

IDOSOS SE DIVERTEM


Nessas férias, observei turistas idosos de todas as partes do mundo flanando felizes pelas ruas de Lisboa. Todos muito à vontade: chapéu ou boné, tênis ou sandália, bermudas ou calças leves e coloridas, camiseta. Mochila ou pochete, mas sempre com uma garrafa de água. Notei a ausência da velha máquina fotográfica, mas percebi que os celulares serviam de apoio ao percurso desejado.  

Eu era um desses turistas, apenas sozinha. Nada de excursões. Adoro minha companhia. Mas como dizia, os velhinhos seguiam o guia, rodeavam monumentos, subiam e desciam escadas, passeavam de tuk-tuk, enfrentavam filas quilométricas para visitar um castelo ou um museu ou embarcar num elevador; aproveitavam um descuido para experimentar um banco no caminho e se fartavam à boa mesa portuguesa. Casais de longa data – aqueles tradicionais – e outros moderninhos, ou descolados como diz a garotada; casais em que o marido tenta esconder a idade com tintura nos cabelos, enquanto a esposa bem mais jovem caminha vaidosa ao lado do seu homem – pelo menos, como diria Erasmo Carlos, “se livrou da fera da solidão”.

Uma coisa não muda: parece que os homens, independente do passaporte que tenham, não são fãs de fazer compras. Quantas e quantas vezes vi dois ou três senhores postados à porta de lojas conversando animadamente, enquanto suas respectivas esposas faziam compras.

Pode ser que no hotel, à noite, todos se encharcassem de pomadas anti-inflamatórias ou contra reumatismo, tomassem uma dose de analgésico ou, os mais felizes, fizessem uns alongamentos para enfrentar a rodada do dia seguinte.  

Importante que todos tenham se divertido, guardado um pouco de dinheiro e ânimo para uma nova viagem. Foi então que me lembrei: no aeroporto de Viracopos em São Paulo e no de Lisboa para meu segundo destino, a fila preferencial no portão de embarque era enorme! Em 2022, o total de pessoas com 65 anos ou mais no Brasil era de 22.169.101; no mundo, no mesmo período, os idosos representavam 13,9% do total da população.




Um comentário:

Anônimo disse...

Agora com calma li tudo e como sempre gostei dos relatos,acho que eu estaria no grupo pois não tenho mais coragem de viajar sózinhA