segunda-feira, 27 de novembro de 2023

ANTÔNIO RIBEIRO

 


ALÉM-BAR 

Antônio Ribeiro 

 

Me encosto num balcão de bar 
e se o mundo acabasse agora 
terei deixado um olhar torto 
sobre a superfície das coisas.

Não estou preso no meu corpo 
a minha luta é espiritual 
contra as potestades do alívio 
contra os espíritos da brisa.

Lá está ele entre Camões, Eça e Pessoa, sentado num banco, como se estivesse chamando cada um de nós para versejar, zombeteiramente, sobre a vida e as pessoas. Chamava-se Antônio Ribeiro (1520-1591), conhecido como o poeta do Chiado, bairro de Lisboa, onde ele viveu. Ribeiro nasceu em Évora, entrou para a Ordem dos Franciscanos que deixou sem, entretanto, abandonar o hábito que usou por toda vida, assim como manteve o celibato. Trocou Évora por Lisboa, onde se tornou uma figura popular por seu talento de improvisador e capacidade para imitar vozes e pessoas. A estátua em sua homenagem, criação do escultor Costa Motta, foi inaugurada em 1925. No Chiado, naturalmente.

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