ALÉM-BAR
Antônio Ribeiro
Me
encosto num balcão de bar
e se o mundo acabasse agora
terei deixado um olhar torto
sobre a superfície das coisas.
Não
estou preso no meu corpo
a minha luta é espiritual
contra as potestades do alívio
contra os espíritos da brisa.
Lá está ele entre Camões,
Eça e Pessoa, sentado num banco, como se estivesse chamando cada um de nós para
versejar, zombeteiramente, sobre a vida e as pessoas. Chamava-se Antônio
Ribeiro (1520-1591), conhecido como o poeta do Chiado, bairro de Lisboa, onde
ele viveu. Ribeiro nasceu em Évora, entrou para a Ordem dos Franciscanos que
deixou sem, entretanto, abandonar o hábito que usou por toda vida, assim como
manteve o celibato. Trocou Évora por Lisboa, onde se tornou uma figura popular
por seu talento de improvisador e capacidade para imitar vozes e pessoas. A
estátua em sua homenagem, criação do escultor Costa Motta, foi inaugurada em
1925. No Chiado, naturalmente.
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