Conhecida como “cidade vermelha” porque todas as construções têm a mesma cor de terracota, Marraquexe conquista o visitante à primeira vista. Estive lá em 2010 e retornei porque um dia é muito pouco para desfrutar da cidade, do povo, da comida, do artesanato e da paisagem... E desta vez (sem saber) escolhi um hotel em plena Almedina ou Medina, em árabe significa a cidade antiga, que em nada se parece com as cidades antigas europeias. Imagine um grande labirinto de ruas estreitas com lojas de todos os tipos e fervilhando de pessoas comprando, vendendo, passeando, observando, conversando, trabalhando à porta dos estabelecimentos. Como não há espaço para carros, é preciso estar atento às bicicletas e motos velozes e, às vezes, até burros carregados de mercadorias.
Com pouco mais de 800 mil moradores, Marraquexe é também
uma cidade caminhável. Sempre é bom sair sem destino. Por uma questão de
conveniência, começo pela Praça Jemaa el
Fna – o coração da cidade,
Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco. O nome, me explicam, pode ter duas
interpretações: a primeira – “lugar da mesquita desaparecida”, referindo-se a
uma a mesquita do tempo da dinastia berbere (1040-1147) que foi destruída; a
segunda – “assembleia dos mortos”, pois era naquele espaço que os criminosos
eram executados e onde suas cabeças ficavam expostas. Histórias do passado e,
possivelmente, as duas estejam certas, pois a mesquita Cutubia (Koutoubya), com
o minarete de 69 metros de altura, data de 1147. É o maior prédio da cidade e domina
a praça imensa.
Durante o dia há de tudo na Jemaa el Fna: encantadores de serpentes
– os ofídios ficam acomodados em cestinhos entre uma apresentação e outra;
macacos adestrados, músicos locais (as apresentações ocorrem apenas quando o
curioso se aproxima) e vendedores ambulantes. Nas barracas de toldos azuis
vendem-se frutas, comida, roupas, sapatos, artesanato, objetos de decoração
etc.; entretanto, é à noite que ela se transforma em um imenso restaurante ao
ar livre onde se reúnem os locais e os turistas para degustar as delicias marroquinas.
É bom lembrar que muçulmanos não tomam bebidas alcoólicas. Apenas alguns
restaurantes têm licença para vender bebidas alcoólica.
O
contemporâneo e o tradicional – Ao fundo são vistas duas mulheres, uma pilotando moto de vestido, turbante e salto alto, enquanto a outra usa o véu, a túnica e sob ela
a calça larga. Sob os guarda-sóis, os encantadores de serpentes.
Em meio a um jardim está a tumba branquinha de Fátima Zohra, que teria sido filha de um rei (xeque) do século XVIII; conta a lenda que ela assumia a forma de uma pomba, fazia milagres e as mães costumavam levar as filhas para serem abençoadas.
Fotos: Hilda Araújo.
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