Hoje
fui atormentar os funcionários dos Correios da agência centenária da Praça
Pedro Lessa. Antes de sair de casa eu havia pesquisado sobre o que queria no
site. Agência quase vazia. Peguei a senha e mal sentei o painel mostrou meu número.
Fui ao balcão:
Boa tarde! O que me traz aqui
é um serviço bem antigo. Nem sei se ainda existe.
A moça ficou curiosa e riu
quando disse que precisava passar um telegrama.
“Sim, passamos.” E foi me
explicando que bastava eu preencher o formulário e escrever a mensagem. Enquanto
ela procurava o formulário, percebi um ambiente descontraído no guichê ao
lado e olhei. Uma jovem muito bonita conversava com a funcionária e, ao meu
olhar, me incluiu na conversa.
“Desculpe-me, mas não ouvi o
que vocês falavam.”
E ela resume numa linguagem
cheia de expressões jovens que não guardei, mas traduzo: “Quem não iria a um
lugar para fazer um penteado lindo e uma maquiagem super bonita de graça e
ainda tirar uma foto para o Instagram? A senhora não iria?”
“Ih! Não iria – não uso
pintura e meu cabelo desaba duas horas depois do penteado...” A moça ri
gostoso. “Se fosse no Rio, o lugar estaria lotado de gente.” Aí eu elogiei a
mulher carioca, elegante e vaidosa e acrescentei, não por bajulação, mas por
causa do sotaque inconfundível: “E você é carioca, não é? Ela riu com vontade. Claro que era!
Chegam os formulários, vou preencher (em letra de forma! Oh!
Céus!) e retorno ao balcão. O sistema está lento. A carioca continua por lá
distribuindo simpatia. Agora em outro guichê. Soube que ela abrira empresa em São
Paulo em sociedade (acho que ela é representante de produtos de beleza), mas
agora estava por conta própria. Ela foi embora, mas sua juventude, personalidade
descontraída e o entusiasmo continuam agindo sobre o grupo no balcão. Aproveito
para tentar resolver um problema com o meu celular (a operadora é Correios). O
funcionário chama a supervisora e vai explicando: “Dona Hilda (cruzes!) precisa
de ajuda com o chip.”
Não lembro de ter sido atendida numa repartição pública com
tantos funcionários sorridentes. E ainda dizem que não há diferença entre Rio e
São Paulo... Tom, Vinicius e Lúcio que o digam.
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