sábado, 8 de fevereiro de 2025

SÁBADO NO ANHANGABAÚ

Os trabalhadores da prefeitura estavam junto à entrada da passagem subterrânea da Praça do Patriarca para o Vale do Anhangabaú batendo papo no tempo que sobra do almoço. Começo a descer a escadaria e eles me indicam a escada rolante ao lado. “Preciso fazer exercício”, explico. Pela expressão de seus rostos, devem ter me achado excêntrica. A galeria está impecavelmente limpa – o mármore que a reveste brilha. As Graças, de Victor Brecheret, continuam em seus postos; em outro nicho, uma cópia do Moisés de Michelangelo (que está San Pietro in Vincoli, Roma) feita no Liceu de Artes e Ofícios. Há também um busto do pintor Almeida Junior. A galeria foi inaugurada em 1940, na gestão do prefeito Prestes Maia (1938-1945), que encomendou as esculturas. O que destoa é o enorme relógio na parede a que faltam os ponteiros, mas funciona como um enfeite dourado.










Saio no Vale, que na última reforma foi recoberto de cimento. Uma paisagem inóspita. Há poucas pessoas, algumas sentadas nos bancos laterais à sombra, porque é quase meio-dia e o sol, naturalmente, já esquentou o cimento aumentando a sensação de calor. De repente começa a jorrar água das fontes: um homem corre com seu cãozinho e aproveita para dar banho no animal, que parece não gostar da ideia, enquanto do outro lado um pai se diverte com o filho sob o olhar atento da mãe, que preferiu ficar à distância, mas encoraja os dois porque os esguichos duram pouco.



Continuo em direção à estação São Bento. Em poucos minutos o chão está seco. A praça Giuseppe Verdi não existe mais e a escultura em homenagem ao compositor italiano desapareceu. Onde estará? Uma questão para a próxima semana, já que a IA do Google não anda atualizada. Hora de voltar para a Aclimação...


Nenhum comentário: