CURIOSIDADES DO CARNAVAL
Carnaval, rádio e cinema.
A indústria fonográfica teve no rádio o melhor veículo para o seu produto:
discos; entretanto, foi o surgimento do rádio que deu aos artistas (compositores,
cantores e músicos) popularidade. E logo o cinema brasileiro entrava nesse
circuito com a produção de filmes com grandes artistas – nada de sofisticação,
apenas um enredo ligeiro para dar voz aos astros do rádio. O carnaval sempre
foi uma boa época para o lançamento desses produtos, que acabavam divulgando as
músicas para a festança nacional.
Como “Alô Alô Brasil”,
uma coprodução da Waldown Filmes e da Cinédia
em 1935. Foi um grande sucesso. O roteiro de João de Barro (Braguinha) e Alberto
Ribeiro tratava de um fanático em busca de uma cantora que, aliás, nem existe,
e que dá oportunidade para a apresentação de Carmen e Aurora Miranda, Francisco
Alves, Ary Barroso, Almirante, Mário Reis entre muitos outros.
A curiosidade: a censura federal (vivíamos sob
a ditadura Vargas) cortou duas músicas do filme. A marchinha “Garota
Colossal”, de Ary Barroso e Nássara, cantada por Francisco Alves, porque tinha
um único compasso do hino nacional. A outra, também cantada pelo rei da voz,
foi “Liberdade” (irônico) e o motivo do corte deveu-se à referência ao Hino da
Independência tanto na abertura quanto na final da música, quando o namorado que
se viu livre de uma garota indesejada grita “Independência ou morte”.
Garota
colossal
Você
Você
É o meu Hino Nacional
Seu sorriso é uma bandeira
Que domina a terra inteira
Ó garota colossal!
Por você faço tudo
Fico cego, surdo e mudo
Sou capaz de trabalhar
Eu amarro o sol com a lua
Por uma vontade sua
Faço o mundo acabar
Para a crise mundial
E a falta de capital
Só tem uma solução
É você com seu prestígio
Conseguir este prodígio (prestígio?)
Dar um tiro na questão
LIBERDADE
Liberdade, liberdade
O meu amor foi embora
Pensando deixar saudades
Eu nunca fui tão feliz
Agora sou eu quem diz...
Foi uma felicidade (Eu vou gritar...)
Meu bem querer
Não mais me quis
Foi um favor que me fez
Posso dizer que sou feliz
E que chegou minha vez (Eu vou gritar...)
Se eu já gozei
Mas vou gozar
Com essa separação
Nunca pensei em esperar
Ter tanta satisfação
Independência ou morte.
“Yes, nós temos bananas…”
é uma composição de João de Barro (Braguinha) de 1938 para responder ao fox
norte-americano ”Yes, we have no bananas” (F. Silver e I. Cohen), que fez muito
sucesso em 1923. A marchinha de Braguinha (1907-2006) é um clássico e foi
gravada originalmente por Almirante (Henrique Foréis Domingues, 1908-1980), que
era cunhado dele.
There's a fruit
store on our street
It's run by a Greek
And he keeps good things to eat
But you should hear him speak!
When you ask him anything, he never answers "no"
He just "yes"es you to death, and as he takes your dough
He tells you
"Yes, we have no bananas
We have-a no bananas today
We've string beans, and onions
Cabbageses, and scallions
And all sorts of fruit and say
We have an old fashioned to-mah-to
A Long Island po-tah-to
But yes, we have no bananas
We have no bananas today."
It's run by a Greek
And he keeps good things to eat
But you should hear him speak!
When you ask him anything, he never answers "no"
He just "yes"es you to death, and as he takes your dough
He tells you
"Yes, we have no bananas
We have-a no bananas today
We've string beans, and onions
Cabbageses, and scallions
And all sorts of fruit and say
We have an old fashioned to-mah-to
A Long Island po-tah-to
But yes, we have no bananas
We have no bananas today."
Yes, nós temos bananas
Bananas pra dar e vender
Banana menina tem vitamina
Banana engorda e faz crescer
Vai para a França o café, pois
é
Para o Japão o algodão, pois
não
Pro mundo inteiro, homem ou
mulher
Bananas para quem quiser
Mate para o Paraguai
Ouro do bolso da gente não sai
Somos da crise, se ela vier
Bananas para quem quiser.
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