Quando
março chega, os brasileiros começam resmungar. Aproxima-se a hora de entregar a
declaração do Imposto de Renda. Nossos vizinhos, norte-americanos e canadenses
também enfrentam o mesmo problema (nos Estados Unidos o prazo é mais curto: 15
de abril). Este ano a Receita Federal espera receber as declarações de 40 milhões
de contribuintes.
No
Brasil, o Imposto de Renda foi criado em 1922 pelo presidente Artur Bernardes
(1875-1955) e a primeira cobrança foi realizada sobre o exercício financeiro de
1924. Ele incide diretamente sobre uma pessoa física ou jurídica e é progressivamente
proporcional ao valor do rendimento, o que o faz ser considerado o imposto mais
justo.
Seria
justo se o contribuinte tivesse certeza do bom uso de sua contribuição para o
bem estar da coletividade sob a forma de benefícios de interesse geral: saúde,
educação, transporte etc. “A obrigatoriedade dos impostos pode ser entendida em
termos de uma relação contratual entre os cidadãos e o Estado que lhes protege
os bens e a própria vida”, segundo Paulo Sandroni (Novo Dicionário de
Economia).
O leão está solto...Meu leão preferido: jardins de Santos, 2016. |
O Imposto
faz parte da vida do Homem desde a Antiguidade e a cobrança era feita por
funcionário, o coletor de impostos, cuja visita não era bem-vinda e por isso a
criatividade para fugir do fisco também se perde no tempo. No Brasil, o
primeiro imposto foi o “quinto do pau-brasil”, cobrado sobre a exploração da
madeira que tinha grande valor econômico. Como não havia moeda circulante na colônia, o
quinto geralmente era pago em espécie (o próprio produto). Nem é preciso dizer
que logo portugueses e estrangeiros estavam contrabandeando a madeira para não pagar
o imposto.
Esse foi
apenas o início porque a Coroa portuguesa fez uma festa na colônia americana,
criando impostos ao bel prazer. Foi a tributação que motivou a Inconfidência
Mineira, mas bem antes da revolta de 1789 os contrabandista já usavam o “santinho
do pau oco”* – imagem oca de algum santo recheada de preciosidades. Em
Minas, também no século XVIII, um grupo de escravos foi flagrado usando
pombos-correios para contrabandear ouro. As aves levavam o contrabando em pequenas bolsas presas aos pés*!
*Revista
de História da Biblioteca Nacional. ANO 5, nº 5.
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