O TRISTE FIM DAS FERROVIAS
Viajar de trem é uma experiência inigualável. Os países europeus
mantiveram suas rotas ferroviárias e pode-se ir a praticamente todos os lugares
de trem. Nos Estados Unidos, terra dos automóveis, os trajetos são mais
escassos, mas os trens continuam rodando, rápida e eficazmente, em viagens mais
longas.
No dia 30 de abril de 1854, o Brasil entrou na era ferroviária, quando foi
inaugurado o primeiro trecho da Estrada de Ferro Mauá ente o Porto de Estrela (baía
de Guanabara) e Raiz da Serra, em direção a Petrópolis. Nesse dia festivo,
cheio de expectativas sobre o futuro (como sempre), o trem percorreu 14,5
quilômetros em 23 minutos indo de Guia de Pacobaíba (Mauá), Inhomirim até a
estação provisória de Fragoso. Foi também nesse dia que Irineu Evangelista de Sousa
(1813-1889) ganhou o título de barão do Imperador D. Pedro II e que retribuiu com
uma grande gafe, ao entregar a sua Majestade uma ferramenta, mas o príncipe
(como um bom príncipe filósofo) “não se desdenhou de fazer uso, como para
mostrar aos seus súditos que o trabalho, essa fonte perene da prosperidade
pública, era não só digno da sua alta proteção, porém mesmo de tão
extraordinária honra!” – como disse o próprio Mauá.
Como tudo no Brasil, a festa acabou e a obra para a conclusão da ferrovia
se arrastou por trinta anos! A era ferroviária brasileira não durou muito mais
que um século. Em meados do século XX a rede de estradas de ferro estava
sucateada e a indústria automobilística se expandia à medida que vendia o sonho
da independência, que quase sempre vinha atado a uma promissória.
Estrada de Ferro Central do Brasil. Verão de 1960: minha primeira viagem
de trem rumo a Uberaba, Minas Gerais. Inesquecível.
Locomotiva em exposição no Palácio das Indústrias em São Paulo, 2016. |
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