Chegou dezembro, mês dos
alucinados por compras. Comprar é o verbo mais usado e em todos os tempos –
compro, comprarei, comprei. (Ah! compete com “eu quero”, também muito ouvido –
eu quero isso, quero aquilo, quero outro...) Locais para evitar em São Paulo:
Rua Vinte e Cinco de Março e adjacências, o que inclui a estação São Bento do
metrô; Rua José Paulino e adjacências... O Mercado da Cantareira, nem pensar,
porque é o ponto de abastecimento dos consumidores natalinos. Haja sanduíche de
mortadela e bolinho de bacalhau!
No século passado, um velhinho de barbas
brancas, vestido de vermelho e com um gorro da mesma cor, roubou o papel
principal da festa de fim de ano de um recém-nascido.
Na Agência Central dos Correios, as mesas estão postas e as cestinhas carregadas de pedidos de crianças carentes (situação de risco) ao Papai Noel. Esta semana li várias. Todas juram que se comportaram bem durante o ano e fizeram a lição de casa – o que as cartas desmentem. Vou voltar outro dia porque não sei do que se trata a maioria dos pedidos. Várias queriam PSP. Preciso pesquisar. No meu tempo de criança pedíamos carrinhos, bonecas, bolas, livros de histórias, roupa ou sapatos, um triciclo ou até mesmo patinete... Enfim, coisas que cabiam no bolso de uma pessoa de medianas posses. Além de não conhecer o brinquedo, há muitos com preços bem salgados. Espero que encontrem padrinhos bem de vida.
Para a criançada que deseja fazer o pedido pessoalmente, Papai Noel
encontra-se disponível para receber a turma em todos os shoppings e lojas
dispostas a investir uns trocados em uma fantasia e um salário para um
temporário. E por falar em salário, está bem longe o tempo em que ser Papai Noel
era um ato de devoção ou de bondade. Nada de desapego. O salário pago por
shoppings de São Paulo, dependendo do número de horas trabalhadas, varia de R$
9 mil a R$ 18 mil por mês (vagas.com).
Nada de se animar muito: precisa ser um velhinho cheiroso, ter barba de
verdade bem cuidada, nada de abdômen tipo tanquinho – é sempre bom cultivar uma
barriguinha de acordo com o figurino do personagem. É necessário falar bem o português
e, principalmente, gostar muito do papel (e de crianças) porque, dizem, não é
nada fácil. Os pais também costumam causar encrencas.
Enfim, bimbalham os sinos de Natal. Ih! Cuidado, há quem não entenda a
beleza da linguagem dos sinos e implique com o "barulho". Socorro!
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