sábado, 22 de dezembro de 2018

DEZ FILMES DE IMPACTO

Pediram-me que postasse no Facebook a foto sem identificação de dez filmes que causaram impacto, sem mencionar se o impacto foi em mim ou de forma geral à época do lançamento. Esse tipo de escolha, não importa qual seja, é difícil porque sempre há vários livros, filmes, atores, escritores etc. que poderiam estar ali e têm de ser descartados. Enfim, consegui selecionar os dez filmes e organizei a lista por ano de lançamento. Aqui, entretanto, farei comentários sobre a escolha de cada obra. 



A MONTANHA DOS SETE ABUTRES, 1952. Billy Wilder (1906-2002). O filme trata da cobertura jornalística do soterramento de um mineiro que um repórter inescrupuloso transforma em espetáculo para salvar sua carreira. Hoje o jornalismo espetáculo salva a mídia em geral. Elenco: Kirk Douglas (1916). Wilder (1906-2002) dirigiu ótimos filmes.

O DESPREZO, 1963. Jean-Luc Godard (1930). Baseado em obra de Alberto Moravia. Nouvelle vague. Eis um filme que tem várias leituras além da óbvia – a relação conjugal se deteriorando, os mal-entendidos, o desprezo da esposa pelo marido e o final trágico. Elenco: Brigitte Bardot e Michel Picoli. 


BONNIE E CLYDE, UMA RAJADA DE BALAS, 1967. Arthur Penn (1922-2010). Para as novas gerações, pode ser apenas um filme sobre dois criminosos, mas Arthur Penn tirou o conforto das plateiasmostrando uma história de amor e crime banhado de muito sangue – elemento que raramente aparecia em cena.Elenco: Warren Beaty e Faye Danway.


TEOREMA, 1968. Pier Paolo Pasolini (1922-1975). Na época, foi motivo de discussões sobre a origem do hóspede que uma família rica recebe e acaba por seduzir cada um dos membros da casa, transformando a vida de todos. Um anjo do mal? Elenco: Silvana Mangano e Terence Stamp. Assistia a muitos filmes de Pasolini, quase todos polêmicos.


LARANJA MECÂNICA, 1971. Stanley Kubrick (1928-199). Aqui, foi uma difícil escolha – Kubrick tem outros filmes geniais, mas fiquei com este porque é uma ótima adaptação do livro de Antony Burgess, uma interpretação inesquecível de Malcolm Mc Dowell (1943) e um fundo musical regado a Beethoven. 



OS MENINOS, 1976. Narciso Ibáñez Serrador (1935). Quem tem medo de crianças? O título original é melhor: ¿Quien puede matar a un niño?”. Sinistro. Forte. Melhor filme de terror que já vi. Único filme de Ibañez a que assisti.


ASAS DO DESEJO, 1987. Wim Wander (1945). Um filme poético. Belo. Em preto e branco. Dois anjos cuidam dos habitantes de Berlim dividida pelo muro e, enquanto passeiam pela cidade, conversam sobre esses seres estranhos e sobre a trajetória destrutiva da humanidade até que um deles se apaixona por uma trapezista... Elenco: Bruno Ganz, Otto Sander e Peter Falk. Assisti a outros bons filmes de Wander.

O PODEROSO CHEFÃO III, 1990. Francis Ford Coppola. Coppola(1939) encerra a trilogia de forma brilhante. Cria um personagem digno dos clássicos. A música de fundo: bela. Elenco: Al Pacino, Diane Keaton e Andy Garcia. Da trilogia o único que não convenceu foi o segundo episódio.





A JAULA DE OURO, 2012. Diego Quemada-Diaz (1969). O filme tem o estilo de um documentário sobre a imigração clandestina para os Estados Unidos via México. Sem açúcar e sem afeto. Depois do impacto a conclusão de que é um grande filme. (Assisti nos ENCONTROS CULTURAIS/USP)


BRANCA DE NEVE, 2013. Pablo Berger (1963). Não se enganem com o título. O filme, maravilhoso e nada infantil, me remeteu a muitas outras obras – desde o original de Grimm até Saura, Luis Buñuel, Fernando Sabino, passando pela crítica ao mau jornalismo e por aí vai. Detalhe: o filme é em preto e branco e mudo. Elenco: Macarena García e Maribel Verdú.(Visto nos ENCONTROS CULTURAIS/USP)

2 comentários:

Nilton Tuna disse...

Belas análises. curtas, mas diretas. Dos que eu vi, concordo inteiramente com sua escolha. bjs.

Hilda Araújo disse...

Obrigada, Nilton. Boas Festas.