Na estação São Bento do metrô,
descobri novidades na Vitrine Cultural. Uma jovem senhora observa com interesse
pouco comum os objetos arqueológicos – cacos de louça e vidro, pedaços de muitas
peças descobertas durante as escavações para construção do metrô na Avenida Santo
Amaro entre as ruas Irineu Marinho e da Fraternidade. Quando me aproximei, ouvi
um murmúrio. Uma jovem senhora falava com seus botões: “Não acredito que a
embalagem de magnésia era de vidro!”. Animou-se e confessou que ficaria muito
feliz se lhe dessem o pote de vidro (desses altos para compotas) no fundo da
vitrine. “Pena que não tem tampa” – comento, só para dizer alguma coisa. Ela deu
de ombros e diz que não faria mal. “Olha aquela xícara.” Na verdade, é metade
de uma xícara, mas ela tem bons olhos, pois é de faiança branca e azul... O
trem chegou e nos despedimos. O local dos achados foi registrado como Sítio
Arqueológico Alto da Vista. O acervo do sítio tem ainda fragmentos de ossos,
polímeros, material construtivo como azulejos, telhas e manilhas hidráulicas do
início do século passado. Tudo isso fornece informação sobre o processo de
urbanização de Santo Amaro. Em tempo: a foto está péssima por causa da pressa
desta passageira e do vidro cujo reflexo acrescentou algum movimento à cena
como o usuário passando e o trem ao fundo.
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